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Nico segue os passos do pai e é campeão do mundo 34 anos depois de Keke Rosberg

27/11/2016 14h15

Abu Dhabi, 27 Nov 2016 (AFP) - Nico Rosberg realizou seu sonho e calou a boca dos críticos neste domingo em Abu Dhabi, ao conquistar título mundial de Fórmula 1, igualando o feito de seu pai Keke, campeão em 1982.

Não foi fácil para o alemão de origem finlandesa, que precisou superar durante toda a temporada o maior nome da F1 nos últimos anos, o companheiro de equipe na Mercedes, o britânico Lewis Hamilton.

Desta forma, provou a Bernie Ecclestone, chefão histórico da competição, que há outros grandes pilotos no paddock e que é mais do que um simples "segundo piloto" da Mercedes.

Seu pai Keke, finlandês, só precisou ganhar uma corrida para se tornar campeão do mundo em 1982, ao volante de uma Williams. Em seguida, venceu apenas quatro corridas entre 1983 e 1985. Já Nico fez muito mais, somando 23 vitórias desde 2012, 9 delas nesta temporada.

Após sofrer diante do domínio de Hamilton em 2014 e 2015, Rosberg seguiu trabalhando com seus engenheiros, aperfeiçoando os ajustes do carro para se tornar um piloto melhor.

O filho de Keke também adquiriu o nível de confiança necessário para atingir o sucesso no duro mundo da F1. Nas últimas semanas, se mostrou muito sereno e relaxado, quando Hamilton tentava, em vão, desestabilizá-lo.

Rosberg não caiu nas armadilhas midiáticas e conseguiu se comunicar melhor, principalmente nas redes sociais, nas quais Hamilton também é referência.

De pai finlandês e mai alemã, Rosberg nasceu em 27 de junho de 1985 em Wiesbaden. Cresceu em Mônaco e foi iniciado no automobilismo no kart aos 6 anos, como Hamilton, seu companheiro nesta categoria em 2000 e 2001, época em que eram adolescentes e grandes amigos.

Muita coisa mudou desde então e a rivalidade entre os dois acabou esmagando a amizade. Hoje, Rosberg é um pai de família pacato e, principalmente, um piloto moderno, poliglota, capaz de se expressar perfeitamente em cinco idiomas.

- Companheiro de Schumacher -"Minha mãe cresceu na Alemanha depois da guerra e fumava as pontas de cigarro dos soldados americanos", revelou Rosberg ao The Guardian em entrevista. "Ela nunca gostou de comprar roupas com o dinheiro do meu pai".

Quando Rosberg chegou à Fórmula 1 em 2006, no volante de uma Williams, depois de conquistar o título da GP2 no ano anterior, tinha apenas 20 anos e seu companheiro na época, o australiano Mark Webber, não demorou para apelidar o jovem piloto de 'Britney', por seu estilo de 'estrela' no paddock.

Após a saída de Webber, Rosberg deu um salto na carreira, conquistando o primeiro pódio em 2008 na Austrália, dia em que venceu Hamilton.

Em 2010, foi contratado para ser piloto da Mercedes, uma aposta no futuro da equipe, algo muito criticado na época, mas que provou ser a decisão correta, seis anos depois.

Ao lado do lendário Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo, deu sequência a aprendizagem, tendo aulas diárias com um dos melhores pilotos de todos os tempos.

Quando Hamilton chega à escuderia alemã para substituir o o agora aposentado 'Schumi', Nico voltou a ser relegado ao segundo plano, diante do veloz inglês, que já tinha sido campeão do mundo com a McLaren.

Pouco a pouco, Rosberg foi traçando seu caminho e ganhando espaço, vencendo três vezes seguidas o mítico GP de Mônaco. Nesta temporada, chegou em primeiro em outras três provas lendárias da categoria: Spa-Francorchamps, Monza e Suzuka. Agora, finalmente se tornou campeão do mundo, realizando o sonho de toda uma vida.