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OPINIÃO

RMP: Naomi Osaka precisa se tratar e entender o papel da imprensa

Do UOL, em São Paulo

01/06/2021 14h21

A tenista japonesa Naomi Osaka, atual número 2 do ranking mundial feminino e a atleta mais bem paga entre as mulheres no mundo, anunciou ontem sua desistência de Roland Garros alegando prioridade à saúde mental após se recusar a dar entrevista coletiva após seu primeiro jogo e receber, além de uma multa de US$ 15 mil um aviso de que poderia sofrer sanções não apenas da organização do evento francês, mas também dos outros torneios de Grand Slam.

Em sua participação no programa UOL News Esporte, Renato Maurício Prado comenta o caso de Naomi Osaka e opina que ela começou fazendo errado ao anunciar de cara que não daria entrevistas, acreditando que precisaria pagar apenas a multa, quando se deu conta de que não seria tão simples, quando recebeu comunicado da organização com o aviso de outras possíveis punições.

"Ela passa, de fato, e assumiu isso depois que desistiu de Roland Garros, por um processo de problemas mesmo, depressão, um problema depressivo, só que eu acho que ela fez tudo errado, ela chegou logo de cara e disse que não iria dar entrevista porque os jornalistas faziam perguntas às vezes desagradáveis e que ela via muitos tenistas saírem arrasados de entrevistas coletivas",conta Renato.

"E aí não deu a primeira entrevista e recebeu mais do que a multa, ela disse que iria pagar as multas, se não der entrevista você paga multa, multa alta até, US$ 15 mil, então ela entrou nessa dizendo 'eu pago as multa', só que a organização de Roland Garros e dos outros Grand Slams se manifestaram de forma muito dura, dizendo o seguinte, se você continuar a não dar entrevista o problema não vai ser só a multa", completa.

O jornalista afirma que a tenista precisa cuidar de sua saúde devido à seriedade de um caso de depressão, mas também deve entender o trabalho da imprensa e que as entrevistas fazem parte do pacote que tem um atleta de destaque, como é o caso dela.

"Ela percebeu que a coisa realmente era muito complicada e preferiu desistir de Roland Garros. É uma pena, eu entendo, depressão é uma coisa muito séria, ela tem que se tratar, mas infelizmente não dá para o tenista jogar um torneio de Grand Slam e depois da partida não dar entrevista. As pessoas às vezes esquecem que a imprensa é quem acaba de uma certa forma construindo, ajudando a construir o mito, o carisma, e por isso mesmo ela ganha esses milhões todos que ela ganha, graças à imagem que foi construída pela imprensa", diz Renato.

"Ela precisa se tratar e precisa entender também o papel da imprensa, mas é uma pena você ver uma jogadora desse calibre de repente abandonar o torneio de Grand Slam, Roland Garros e dizer que não sabe ainda quando volta, só quando estiver melhor da cabeça", conclui.