Jornalista e torcedor. Croata veste a camisa para ver a Davis com o filho
A cada bela jogada e ponto ganho por um jogador da Croácia na Copa Davis em Florianópolis, dois gritos vêm da arquibancada: "Ajde!" (Vamos!, em português). Os responsáveis por animar os croatas no duelo com os brasileiros no Costão do Santinho são Vladimir e Duje Juric, pai e filho que cruzaram o Atlântico para acompanhar o confronto que vale vaga no Grupo Mundial de 2016.
Vladimir, ou Vlado como gosta de ser chamado, é jornalista e trabalha para a HRT, um dos principais canais da Croácia, e também envia boletins para duas rádios. Mas mesmo durante o trabalho, não deixa a paixão pela pátria de lado. A todos os eventos esportivos que vai, sempre está trajado com a tradicional camiseta quadriculada da seleção de futebol e um bandana vermelha e branca.
"Isso é para dar sorte para nosso país. A todos os lugares vou assim. Para esta viagem ao Brasil eu trouxe três camisetas diferentes", diz Vlado, de 48 anos, que já cobriu mais de 20 confrontos da Copa Davis dentro e fora da Croácia. Ele também cobre torneios de polo aquático e basquete, modalidades muito populares em sua terra-natal.
Ao citar polo aquático, ele se empolga com o trabalho de Ratko Rudic, croata que é técnico da seleção brasileira e campeão olímpico em 2012.
"Ele é o melhor treinador do mundo, um grande", diz Vlado de maneira empolgada.
Em praticamente todas as viagens, ele é acompanhado pelo filho Duje, de 18 anos, que pretende estudar jornalismo na faculdade. E Vlado banca do próprio bolso os gastos do jovem.
"Ele tem dificuldades em falar inglês e eu acabo ajudando-o. Também ajudo em alguma coisa que ele precise, como filmar. Na Croácia, já participo de alguns programas de rádio", diz Duje, que assim com o pai está no Brasil pela primeira vez na vida.
E se Vlado chama muito a atenção pelo visual, Duje foi notado pelos torcedores por fazer muito barulho nos jogos de sexta-feira. Em alguns momentos até acabou repreendido pelos brasileiros, mas levou tudo na esportiva.
"O Brasil é um país muito legal, com pessoas simpáticas. Estamos sendo muito bem tratados aqui desde que chegamos", diz o jovem que tem como ídolos no tênis o compatriota Ivo Karlovic - que não defende mais a Croácia na Davis - e Roger Federer.
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