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Silvânia Costa é bicampeã paralímpica no salto em distância

Silvânia Costa comemora ouro nas Paralimpíadas de Tóquio - Wander Roberto /CPB
Silvânia Costa comemora ouro nas Paralimpíadas de Tóquio Imagem: Wander Roberto /CPB

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/08/2021 23h17Atualizada em 27/08/2021 08h36

Silvânia Costa é bicampeã paralímpica no salto em distância da classe T11, para deficientes visuais com baixa ou nenhuma visão. A brasileira, que passou boa parte do ciclo suspensa por doping, saltou 5 metros cravados para garantir a medalha de ouro nas Paralimpíadas de Tóquio e repetir o resultado dos Jogos do Rio, cinco anos atrás.

A atleta sul-matogrossense de 34 anos festejou muito o resultado, gritando e pulando com seu guia, Vinicius Martins, mas não teve muito tempo para comemorar. Menos de 20 minutos depois de garantir o ouro, ela alinhou para largar nos 400 metros rasos, outra prova para a qual fez índice para competir em Tóquio. Mas, depois de menos de 200 metros, ela sentiu uma lesão aparentemente muscular e desistiu.

No salto em distância, o salto do bicampeonato veio da quinta tentativa de Silvânia, que também garantiu sua melhor marca da temporada. A prata ficou com Asila Mirzayorova, do Ubzequistão, e o bronze com Yullia Pavlenko, da Ucrânia.

Após queimar as duas primeiras tentativas, Silvânia fez 4.76m na terceira, entrando na zona da medalha, em terceira. Na sequência, ela marcou 4.69m, fazendo o salto do ouro na quinta apresentação. Ela não conseguiu melhorar no sexto salto, mas não foi ultrapassada pelas rivais, contra as quais precisou torcer.

"Não foi uma prova muito fácil. Foi uma prova que eu entrei e no finalzinho tive muita garra, muita determinação, e ir para cima. Antes mesmo de finalizar a prova já estava comemorando. Eu sabia o tanto que eu tinha batalhado e lutado, o tanto que eu passei para chegar até aqui", comentou Silvânia, ao SporTV, depois da prova.

A saltadora teve bebê logo depois da Rio-2016 (ela não sabia, mas competiu a Paralimpíada grávida), e foi suspensa por doping em meados de 2019, depois de testar positivo para a substância proibida Metilhexanamina. Fora do Parapan e do Mundial de 2019, ela ficou um ano e meio suspensa, apesar de ter alegado que consumiu a substância por um erro do seu guia, que deu a ela um suplemento errado.

Silvânia só voltou a treinar no início desse ano. "Os últimos cinco meses foram muito doloridos, ralei muito, e consegui chegar até aqui. Essa medalha vem com sabor de vitória e superação. Eu consegui dar a volta por cima de todos os problemas e consegui chegar até aqui", afirmou.

Havia expectativa para uma dobradinha brasileira no pódio, como aconteceu no Mundial de 2015, com ouro e prata, e na Rio-2016, com ouro e bronze. Mas dessa vez Lorena Salvatini Spoladore terminou na quarta colocação, com 4.77m, sua melhor marca da temporada. A brasileira, campeã mundial em 2013, ficou a nove centímetros da medalha em Tóquio.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, Silvânia é sul-matogrossense, e não mineira. O erro foi corrigido.