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Torcida organizada japonesa tem infiltrados, coreografia e gritos de Brasil

Os torcedores do Japão têm sido uma atração a parte no Mundial de judô do Rio de Janeiro - Rodrigo Paradella/UOL
Os torcedores do Japão têm sido uma atração a parte no Mundial de judô do Rio de Janeiro Imagem: Rodrigo Paradella/UOL

Rodrigo Farah e Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

31/08/2013 11h00

Uma torcida bem peculiar tem animado os dias de competição no Mundial de judô do Rio de Janeiro. Vestido de camisas amarelas e fazendo muito barulho, um grupo de cerca de 30 japoneses apoia seus compatriotas e até mesmo os brasileiros que disputam o torneio. O resultado é um pequeno caldeirão nipônico no período da manhã, enquanto são realizadas as lutas preliminares e a maior parte do público - integrada por jovens de escolas públicas - ainda não chegou ao Maracanãzinho.

O judô é um dos esportes mais populares do Japão, país onde a luta surgiu. Até por conta da tradição no esporte, os nipônicos são disparados os torcedores mais animados do Mundial. Com a tradicional bandana com a bandeira da nação do sol nascente, eles trazem faixas e bandeiras de apoio aos atletas nipônicos. A torcida tem até mesmo direito a coreografias durante os combates, batendo balões e fazendo muito barulho.

A cena mais inusitada com os estrangeiros, porém, aconteceu na última terça-feira. Enquanto Charles Chibana e Érika Miranda disputavam as lutas preliminares de suas categorias, os japoneses entoavam um grito bastante conhecido da torcida canarinho, o tradicional "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Além disso, gritos de "Brasil!" podiam ser ouvidos.

A curiosa mistura acontecia por conta de alguns brasileiros infiltrados na galera japonesa. Aproveitando os momentos em que judocas japoneses não estavam lutando, os torcedores da casa arrebatavam o apoio dos nipônicos. Os gritos ajudaram lutadores canarinhos, que chegaram às semifinais da competição. Chibana, no entanto, perdeu nesta etapa, enquanto Érika foi derrotada na final.

O grupo conta com algo muito comum nas torcidas organizadas do futebol brasileiro: uma espécie de animador, que puxa os gritos que deverão ser seguidos pelo restante dos torcedores. Ele se posiciona na frente dos japoneses, muitas vezes de costas para o tatame e indica o próximo passo dos companheiros.

A presença de um grande grupo de japoneses é algo muito comum em mundiais de judô e em jogos olímpicos. Eles se auto-denominam os "nippon", um trocadilho entre Nihon (Japão na língua oriental) e ippon (golpe que define a luta no judô).