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Luiza Almeida e Samba são aplaudidos de pé na final da Copa do Mundo

Guga Fakri

Em São Paulo

27/03/2010 17h15

A amazona brasileira Luiza Tavares de Almeida, de 18 anos, ficou com a 15ª e última colocação na final do FEI World Dressage Cup, a Copa do Mundo de adestramento, disputada neste sábado em 's-Hertogenbosch, na Holanda. Mesmo assim, Luiza e seu cavalo Samba foram aplaudidos de pé pelas oito mil pessoas que acompanharam a prova. Mas é fácil entender o motivo.

Depois de ter entrado para a história como a mais jovem amazona a disputar uma Olimpíada, em Pequim 2008, aos 16 anos, a jovem brasileira bateu mais um recorde ao se tornar a primeira sul-americana a disputar a final da Copa do Mundo entre os 15 melhores cavaleiros do mundo.

“Tinham comentado que a torcida holandesa é muito festiva, e senti isso no fim da prova. Fui bastante aplaudida, ficaram de pé, achei até que tinha vencido a prova quando acabei. Foi uma comemoração muito grande, fiquei feliz. Estar entre os 15 é demais”, contou Luiza ao UOL Esporte logo após a competição.

Com a apresentação deste sábado, Luiza e Samba somaram um índice de 61,550%. O novo campeão, o holandês Edward Gal, ficou com 89,800%. “Foi bem melhor que no primeiro dia [quinta]. Mas, pela minha prova, a nota foi bem rígida, foi baixa”, disse a amazona sobre a avaliação dos cinco juízes da final.

Assim como Luiza, Samba também é jovem. Portanto, apesar da experiência nos Jogos de Pequim, foi natural o cavalo sentir a pressão em uma prova diferente. Ambos nunca tinham competido em ambiente fechado.

“Foi a nossa primeira prova indoor. No primeiro dia ele estava bem nervoso com a platéia. Hoje [sábado] ele entrou mais calmo, mas no meio da coreografia ele assustou e acabou me prejudicando um pouco”, contou Luiza. “Na Olimpíada nós dois éramos os mais novos. Ele é especial”, acrescentou.

Apesar dos recordes e do potencial que mostrou em sua carreira até o momento, Luiza sabe que ainda tem muito a desenvolver em um esporte onde homens e mulheres de idades bem diferentes disputam as mesmas competições. “O mais velho tinha 68 anos e ainda falou que tinha muito a aprender. Imagina eu então”, disse a amazona por telefone, mostrando alegria com sua estreia na final da Copa.

Modalidade olímpica, o adestramento é considerado o segmento mais clássico do hipismo. A avaliação dos juízes leva em conta tanto o desempenho técnico quanto a apresentação artística do conjunto em sintonia com a música.