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Mesmo criticado, Covas foi à final da Libertadores: 'Se esse é o preço a pagar por horas inesquecíveis com meu filho, pago'

16/05/2021 10h29


O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morreu na manhã deste domingo aos 40 anos vítima de um câncer. O quadro do político já havia sido considerado como 'irreversível' pela equipe médica na sexta-feira. Bruno deixa para o filho Tomás, de 15 anos, uma paixão incondicional pelo Santos.

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- O Prefeito de São Paulo Bruno Covas faleceu hoje às 08:20 em decorrência de um câncer da transição esôfago gástrica, com metástase ao diagnóstico, e suas complicações após longo período de tratamento - disse o comunicado médico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Na última final da Libertadores, entre Santos e Palmeiras, os dois foram ao Maracanã, e o prefeito foi muito criticado nas redes sociais por comparecer a um evento fechado ao público em meio a pandemia e fazendo um tratamento oncológico. Outra parte das críticas vinha do fato de São Paulo estar com muitas medidas restritivas na ocasião, e o prefeito não estaria 'dando o exemplo'.

Por meio das redes sociais, ele se defendeu e disse que teve que pagar um preço alto diante da 'lacração da internet' para ter um momento com o filho diante das 'incertezas da vida'. Veja a íntegra do que escreveu o prefeito, pelas redes sociais, na ocasião.

- Depois de 24 sessões de radioterapia meus médicos me recomendaram 10 dias de licença para recuperar as energias. Isso foi ate? a ultima quinta (28/01). Resolvi tirar mais 3 dias de licença não remunerada para aproveitar uns dias com meu filho. Fomos ver a final da libertadores da América no Maracanã, um sonho nosso. Respeitamos todas as normas de segurança determinadas pelas autoridades sanitárias do RJ. Mas a lacração da Internet resolveu pegar pesado. Depois de tantas incertezas sobre a vida, a felicidade de levar o filho ao estádio tomou uma proporção diferente para mim. Ir ao jogo é direito meu. E usufruir de um pequeno prazer da vida. Mas a hipocrisia generalizada que virou nossa sociedade resolveu me julgar como se eu tivesse feito algo ilegal. Todos dentro do estádio poderiam estar lá?. Menos eu. Quando decidi ir ao jogo tinha ciência que sofreria criticas. Mas se esse é o preço a pagar para passar algumas horas inesquecíveis com meu filho, pago com a consciência tranquila.