Ex-árbitros analisam expulsão de Gómez e pênalti marcado para o São Paulo

Os jogos Flamengo 3x0 Palmeiras e São Paulo 1x0 Bragantino, ocorridos ontem pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, ficaram marcados por duas polêmicas, envolvendo expulsão e pênalti. O UOL ouviu ex-árbitros, que analisaram os dois lances.

Gómez é expulso em Flamengo x Palmeiras

No início da 2ª etapa do jogo no Maracanã, Gustavo Gómez tomou cartão vermelho de Rodrigo José Pereira de Lima após acertar o pescoço de Arrascaeta — o zagueiro do Palmeiras tentava cortar um contra-ataque do Flamengo. O árbitro chegou a ouvir o responsável pelo VAR, mas não precisou checar o lance.

João Paulo Araújo: "Tem que expulsar. O Gómez deixou de ir na bola para ir somente no Arrascaeta — e no rosto. Ele praticamente deu um soco no adversário, não tem como não expulsar em um lance desse. Era um lance claro de gol. Quando a falta ocorre em um lance assim, tem que expulsar."

Alfredo Loebeling: "Eu expulsaria. Mostrar o cartão vermelho direto também é uma forma que o árbitro tem de 'forçar' uma posição do VAR. Não vejo que ele foi expulso por ser oportunidade clara de gol no meio de campo, mas é um lance violento. O Gómez perde o tempo da bola e vai com o braço no rosto do Arrascaeta. A expulsão é correta. O VAR apenas verificou se o vermelho direto era justo e concordou com a decisão. Não houve equívoco."

Ulisses Tavares: "A expulsão é justa, o Gómez impediu uma jogada promissora: era último homem no meio campo e deu uma gravata no seu adversário. O VAR também analisou jogada e achou justa a decisão de campo."

Nadine Basttos: "Cartão vermelho bem aplicado. O Gustavo Gómez perde o tempo da bola e dá uma gravata no Arrascaeta."

Manoel Serapião: "A expulsão do Gómez foi absolutamente correta: clara oportunidade de gol não significa certeza de marcar gol. A clara oportunidade de gol nasce quando o atacante tem à sua frente apenas o goleiro, o domínio da bola e a direção da jogada. Neste caso, o elemento a ser considerado é a distância em relação à possibilidade de os defensores impedirem o lance. A distância que o Arrascaeta tinha era muito menor do que a dos defensores, com um detalhe: os palmeirenses não corriam na direção da jogada, estavam parados na esperança de que o Gómez cortasse a bola. Ele não cortou a bola e fez a falta."

Pênalti para o São Paulo contra o Bragantino

O único gol de São Paulo x Bragantino saiu nos minutos finais do 2° tempo, quando Thalisson tentou desarmar Caio Paulista já dentro da área do time visitante. O árbitro Flávio Rodrigues de Souza não assinalou a infração, mas paralisou a partida após recomendação do VAR; depois de mais de três minutos, o juiz de campo marcou o pênalti, convertido por Erison.

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João Paulo Araújo: "O pênalti é claro, o Thalisson não pega só bola, mas bola e o pé do Caio Paulista. Foi uma entrada imprudente. Claro que o Caio Paulista valorizou, mas houve pênalti e foi muito bem marcado."

Emidio Marques: "Nenhuma das imagens transmitidas são vistas pelo árbitro: uma é de frente é a outra por trás da jogada. A visão da arbitragem, no caso, é lateral. Para mim, fica claro que, em qualquer ângulo, o defensor atinge primeiro a bola e, por extensão, o atacante choca com o defensor. Minha ideia é de que não houve pênalti."

Alfredo Loebeling: "Eu marcaria. Para mim, o jogador do Bragantino pegou a bola junto com o pé do Caio Paulista. 'Ah, mas desviou a bola de direção'. Não é porque desvia a bola que ele pode acertar o jogador junto."

Ulisses Tavares: "O lance foi decidido pelo VAR depois de quase cinco minutos. O árbitro estava muito próximo da jogada e nada marcou, apontando para escanteio — sendo que a bola foi tocada pelo atleta do São Paulo. Eu não marcaria pênalti. Para mim, o Thalisson toca na bola, que resvala no Caio Paulista. Mas quem sou eu para contestar o VAR, que atuou depois de cinco minutos? Não consigo engolir o VAR."

Guilherme Ceretta: "Poderia (e deveria) ter sido marcado no campo. Mas, hoje é 'mamão com açúcar' apitar jogo: não se marca nada, a 'muleta' grita no ouvido e o árbitro tem uma segunda chance de interpretar. É um novo momento. Por isso não formamos mais árbitros de verdade e de respeito, mas apenas dublês de árbitros."

Nadine Basttos: "Pênalti bem marcado. O Thalisson foi imprudente, errou a bola e acabou chutando o pé do Caio Paulista."

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Renato Marsiglia: "Sem dúvida, pênalti. O jogador do Bragantino foi ingênuo ao ir na jogada estando com a bola já sob controle do Caio Paulista. Veio por trás, deu o bote errado e atingiu apenas a perna direita do Caio Paulista."

Manoel Serapião: "O pênalti foi muito claro: o defensor chutou o pé do atacante que, por sua vez, já impulsionado, colocou a bola para fora. O VAR analisou o lance muito bem e recomendou a revisão, enquanto o juiz agiu corretamente porque reviu sua decisão. A restrição que se faz é a demora do VAR: em um lance deste, cumpre a ele verificar os contatos — e era fácil perceber que o pé do defensor estava por fora chutando o pé do atacante. Não precisaria ter demorado tanto."

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