Diniz admite jogo ruim e assume culpa por derrota do Brasil para o Uruguai

O técnico Fernando Diniz admitiu o jogo ruim do Brasil e se disse responsável pela derrota por 2 a 0 para o Uruguai nesta terça-feira, no Centenário, pela quarta rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo.

Atuação: "Fizemos uma partida ruim e é assim que a gente melhora. Os bons times e melhores pessoas crescem mais na descida. Descemos um pouco, temos que saber sofrer e melhorar nesses momentos".

O que faltou? Marcação alta e média foi boa, oferecemos pouco contra um bom time. Tínhamos que ser mais agressivos, contundente. Essa sensibilidade vamos adquirir com o tempo.

Saída do Neymar ainda no primeiro tempo. "Temos tendência de análise simples para problemas complexos... Se você tivesse razão [sobre o impacto da ausência do Neymar], com ele teríamos profundidade, chances criadas. O time como um todo não foi bem na criação".

Veja a entrevista de Fernando Diniz na integra

Análise do jogo

"Temos tendência de análise simples para problemas complexos. Se tivesse razão, com Neymar teríamos profundidade, chances criadas. Fomos até levemente melhores no segundo tempo. O time como um todo não foi bem na criação. Jogo foi amarrado, estudado, faltou articulação não por um ou outro, porque o time não soube construir e o principal responsável sou eu. Neymar saiu faltando quatro ou cinco minutos no primeiro tempo e em nenhum momento tivemos articulação, nem finalizamos. Uruguai pouco criou também, foi jogo amarrado. Chutaram uma vez contra nenhum no primeiro, no segundo quatro contra três. Dois gols de falhas que não podemos cometer, dois gols de arremesso lateral. É essa a análise. Não foi um bom jogo e o responsável maior sou eu mesmo".

Implementar ideias x tempo e incerteza do futuro

"Temos a melhor matéria prima à disposição. Tivemos ideias. Não é que não aconteceram hoje, mas não tivemos agressividade necessária. Uruguai tentou marcar em bloco alto e médio, tentando tirar a posse. Controlamos, mas sem profundidade, faltou ser mais agressivo, empurrar mais o Uruguai. Melhoramos um pouquinho no segundo tempo. Marcação alta e média foi boa, oferecemos pouco contra um bom time. Tínhamos que ser mais agressivos, contundente. Essa sensibilidade vamos adquirir com o tempo. O adversário exigia mais do que a gente produziu, e o trabalho cresce com o tempo. Não foi linear na minha vida toda, que cresce até o topo. É momento de melhorar, aprender e ter time mais acertado para sabermos o que fazer em situações semelhantes".

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"Não tem nada a ver. Se for algo assim, nem aceitaria o cargo. Os jogadores treinaram melhores que conseguiram jogar, é natural, acontece. Teve falha grande na criação, então culpado é o treinador. Dentro do que treinamos e temos como ideia, faltou agressividade para um jogo melhor".

Impacto a curto prazo

"Impacto é o que já provoca. Sou uma pessoa que vive o futebol 24 horas por dia. Vou estudar o jogo com profundidade para melhorarmos. Já vi algumas coisas mais fáceis durante o próprio jogo, as outras vamos analisar. Não é algo completamente negativo, faz parte do processo. Fizemos uma partida ruim e é assim que a gente melhora. Os bons times e melhores pessoas crescem mais na descida. Descemos um pouco, temos que saber sofrer e melhorar nesses momentos".

Brasil inofensivo. O que fazer com pouco tempo de treino?

"É possível, os jogadores estão abertos a isso. O que aconteceu hoje é uma chance rica de aprender. Já aconteceu com os times que eu trabalhei, o Fluminense contra o São Paulo no Morumbi viu algo semelhante. Característica foi diferente, o Uruguai em casa dificilmente terá cinco finalizações. Foi jogo estudado, faltou mais agressividade, contundência. Vamos procurar corrigir".

Lições da derrota

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"Não dá para departamentalizar a análise do jogo, faltou como todo. Marcação foi bem na maior parte, mas na construção precisávamos de construção ofensiva mais eficiente, não foi ataque ou meio. Estrutura em si não funcionou como um todo".

"Faltou agressividade hoje, antes faltou concretizar. Foram quatro jogos diferentes até hoje. Vamos procurar corrigir essa falta de agressividade. Circulamos a bola de maneira inocente no jogo. Há falta de tempo, precisamos reconhecer os adversários e melhorar o time. O tempo é curto, mas vamos trabalhar no tempo que tiver e tenho confiança por um futebol melhor na próxima convocação".

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