Marquinhos: 'Seleções às vezes não começam bem e depois são campeãs'

Marquinhos não se deixa abalar pelo momento de transição e ajuste na seleção brasileira com Fernando Diniz. Apesar de o time ter tropeçado contra a Venezuela ao empatar por 1 a 1 e ter vencido o Peru com um apertado 1 a 0, o zagueiro entende que não é hora de condenar o Brasil ao fracasso.

"Caminho é conturbado, seleções às vezes não começam bem e depois são campeãs. Temos que encontrar, melhorar, resultados são importantes para isso", disse o defensor, antes do último treino em Montevidéu, onde o Brasil enfrenta o Uruguai, amanhã (17), pelas Eliminatórias.

Linha tênue entre euforia e desilusão na torcida. "É normal, sempre foi assim na seleção. Sabemos como futebol mexe com emoção, dia a dia, felicidade, sentimento. Por isso futebol é tão importante e maravilhoso. Mas também traz momentos difíceis. Temos que lidar com altos e baixos, com pé no chão na euforia e sem perder a confiança nos baixos. Temos feedback do treinador diariamente com vídeos, conversas, nós jogadores sabemos quando vamos bem ou não".

Evolução no jogo com Diniz? "A gente tem bastante coisa a melhorar, nenhum time é perfeito. Principalmente em começo de ciclo, time se encaixando, se conhecendo. Jogo de alto nível é jogo de detalhes, detalhes fazem grande time, campeão de Copa. O famoso perde e pressiona é muito importante. O Brasil vai ter muito a bola, o controle. Essa pequena porção de perder, marcar, reagir rápido, todos voltarem atrás da linha da bola. Isso fará o time crescer muito".

Outras respostas de Marquinhos

Presença no time e referência

"Fico muito feliz. Eu fico feliz de me manter, a gente sabe como é difícil ficar. Muitos meninos sonham em estar aqui, lutam para isso. Sou privilegiado, estou no terceiro ciclo. O Brasil é muito qualificado, lesões, vão e vem em novos ciclos. O Brasil sempre vai estar bem servido em qualidade. Danilo saiu e Yan foi bem, outros chegam e desempenham grande papel. Meu papel é ajudar como outros vários ajudaram. Thiago, Ney mesmo. A gente se ajuda, coloca a molecada à vontade para estar tranquilos e desempenhar excelente papel. Sabemos o peso da camisa, como é difícil. Vemos espelhos, referências nos deixando tranquilos e esse é o melhor cenário. O futebol é coletivo, não conseguimos nada sozinhos. Temos que conversar, estar aberto a discussões. É a melhor solução. Gosto de ajuda, não de resolver problemas sozinho. É assim com a família e no vestiário também. Com ajuda, é sempre melhor resolver".

Concorrência na linha defensiva

"Meu terceiro ciclo, idade boa, 29 anos e ainda jovem. Muita coisa boa aconteceu, cicatrizes, coisas boas e difíceis e continuo aqui. Ninguém tem cadeira cativa, competitividade é grande, nova geração vindo. Gabriel Magalhães, Bremer, Militão, grandes nomes surgindo. Experiência traz coisas boas, antes não enxergava coisas boas tecnicamente e taticamente. Hoje vejo com mais frieza. Vejo o que posso ajudar, contribuir com meus companheiros de zaga".

Continua após a publicidade

Sistema defensivo novo em pouco treino

"Time foi confirmado já? Ainda não, né? Não sei ainda (risos). Ele treinou dois times, não temos informação real. Diniz passa extrema confiança independentemente da experiência, idade, tempo de seleção. Quem chegou aqui tem personalidade, bagagem, qualidade. Eu tive a primeira vez e tentei fazer o melhor. Se forem jogar, vão fazer o melhor. Trabalhamos ontem, trabalharemos hoje para estar tranquilos. Se algo der errado, podemos consertar. Até os experientes cometem erros. Se os jovens errarem, não é por idade. Os experientes dão tranquilidade. Se forem jogar, farão um grande jogo".

Perde e pressiona quando falha

"Estamos tentando entender o que o Diniz pede. Quem estava na outra tem mais tranquilidade, facilidade para entender o estilo de jogo. Não vou entrar nos detalhes, mas com a bola gostamos de ocupar espaço, fazer que o lado de campo esteja cheio para ter superioridade. Perdendo a bola, teremos muita gente no setor. O perde e pressiona é importante. Deixamos escapar em outros jogos e tivemos dificuldade. Temos trabalhado, hoje vamos trabalhar mais. Ele tem passado esse entendimento de função, ocupação de espaço. Rodrygo funciona entrelinhas e precisa entender, quem está fora de posição também. Cada um exerce a função para consertar o time".

Sobre o Uruguai

"Brasil vai ter muito a bola, mas Uruguai em casa, com novo estilo... O Bielsa propõe muito o jogo, tem intensidade nos duelos, nas movimentações. Vemos pela característica de quem ele põe, não é time para simplesmente esperar o Brasil. Eles sabem nossos pontos fortes e nós sabemos os deles. Vai ser mais prazeroso assistir o jogo se for aberto, para nós também. Os times propondo, procurando a vitória. Em campo teríamos mais prazer também"

Continua após a publicidade

Jogo no Centenário e Copa de 2030

"O estádio faz parte da história do futebol. Já estive aqui outras vezes com a seleção, a gente sente a história. A história vive aqui dentro. Sabemos da força da seleção uruguaia nesse campo. Estamos cientes da dificuldade. Basta fazermos nosso melhor, com personalidade, coragem, exercer tudo que sabemos fazer. Colocar em prática tudo nesse grande jogo, resultado é importante. Um pouco longe essa Copa de 2030 para mim, penso que é passo a passo, muito focado em me manter bem fisicamente, com saúde, para que eu possa cravar mais minhas convocações na seleção. A competitividade aqui dentro é muito grande. Quero jogar mais uma Copa e depois vamos ver as próximas".

Deixe seu comentário

Só para assinantes