Palmeiras 'musical' fez 6 a 1 no Boca e influenciou até em seleção do tetra
A maior goleada sofrida pelo Boca Juniors na história da Libertadores. Esse foi o feito alcançado pelo Palmeiras de Zinho em março do distante 1994, no antigo Palestra Itália. Mal teve tempo para a catimba argentina, pois o time de Vanderlei Luxemburgo estava afinado para fazer um 6 a 1 que, segundo o meia, "está marcado na história do futebol".
Foi um jogo muito especial. O Boca tinha um time muito bom e um treinador [César Luis Menotti] que até hoje fala desse jogo. Ele diz que virou um Carnaval, porque a gente criava, chegava e fazia os gols. Eu classifico como um top 3 dos jogos quase perfeitos que eu atuei na minha extensa carreira. Não é perfeito porque tomamos um gol.
Zinho, hoje comentarista da ESPN, ao UOL
Zinho conta que o jogo começou parelho, com aquela típica rivalidade entre Brasil e Argentina. Até que, aos 15 minutos, Cléber deu início a uma noite memorável para os alviverdes. Roberto Carlos, Edílson, Evair (duas vezes) e Jean Carlo também marcaram, e Martínez fez o gol de honra xeneize.
Classificação e jogos
O Palmeiras, na época patrocinado pela Parmalat, vinha da conquista do Brasileirão de 1993 e do bicampeonato paulista (93 e 94), mas nem o mais otimista do elenco pensava em uma goleada sobre o então bi da Libertadores (1977 e 1978).
"A gente tinha confiança de poder ganhar, mas 6 a 1, em um duelo desse, ninguém aposta. Ninguém coloca a goleada num confronto equilibrado como esse. É aquele jogo que está marcado na história do futebol", disse o então camisa 11 alviverde.
O feito foi tamanho que levou até jogador para a seleção brasileira que, meses depois, se consagraria tetracampeã mundial. O Palmeiras, porém, ficou longe do título da Libertadores naquele ano, caindo para o São Paulo nas oitavas de final.
Faltou a Libertadores para esse nosso time, que foi uma verdadeira seleção, marcou época. Na minha opinião, é uma das academias do Palmeiras. Se já tem repercussão sobre esse jogo, imagina a gente campeão da Libertadores. Seria muito mais.
'Mazinho, acho que você vai para a Copa'
Essa foi a reação de Zinho após acompanhar bem de perto a atuação do companheiro de equipe contra o Boca Juniors. E ele acertou em cheio. A dupla foi chamada por Carlos Alberto Parreira e conquistou o tetracampeonato mundial nos Estados Unidos.
Os treinadores da seleção [Parreira e Zagallo] estavam no estádio. Eu lembro que eu virei para o Mazinho depois do jogo e falei, 'cara, acho que você vai para a Copa do Mundo. Foi o melhor jogo que eu vi você jogar, você jogou demais'. E não deu outra.
"O Mazinho não tinha sido convocado para nenhum jogo das Eliminatórias de 93, e depois daquele jogo [contra o Boca] ele foi convocado e acabou indo para a Copa do Mundo junto comigo e logo depois se sagrou tetracampeão mundial, então passa por esse jogo", completou Zinho.
E o jogo de hoje?
Nada de esperar uma goleada como a de 94, hoje (5), no Allianz Parque. Zinho acredita em uma vitória do Palmeiras no tempo regulamentar, "mas em um jogo complicadíssimo".
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Quero receberPara isso, porém, o time de Abel Ferreira terá que mudar a postura em relação ao jogo na Argentina: "vai ter de propor mais o jogo, ser mais ousado, tentar furar uma forte marcação do Boca. Ter paciência para furar a retranca dos caras, mas uma paciência agressiva, buscando, forçando".
O ex-jogador destaca ainda que, desde 2018, este "confronto era que o Palmeiras está chegando com mais favoritismo". Algo que, segundo ele, não se confirmou no empate sem gols em La Bombonera, já que "o Boca foi melhor e teve as melhores chances".
O desafio será furar a retranca de um Boca que ainda não perdeu nos mata-matas e tem um inspirado goleiro Romero na disputa por pênaltis. Isso sem contar a catimba argentina, que começou antes mesmo da bola rolar no gramado sintético do Allianz Parque.
Palmeiras e Boca Juniors se enfrentam às 21h30 (de Brasília), pela volta das semifinais da Copa Libertadores. Novo empate leva a decisão para os pênaltis.
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