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Brasileirão - 2023

CBF fura exclusividade em patrocínio de R$ 5,5 mi e tem derrota na Justiça

Jogadores do Fluminense perfilados antes de jogo do Brasileirão 2023 - Mailson Santana/Fluminense FC
Jogadores do Fluminense perfilados antes de jogo do Brasileirão 2023 Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

10/05/2023 04h00

A CBF é alvo de um processo por quebra de exclusividade no contrato com a Galera.bet, site de apostas que patrocina o Brasileirão. A entidade teve contra si uma liminar que a obriga a respeitar uma das cláusulas do contrato: não ter outras empresas do ramo de apostas esportivas nas propriedades comerciais da Série A.

O que aconteceu

A Galera.bet entrou com processo contra CBF porque a entidade fechou contrato com mais três sites de apostas e os colocou nos backdrops e pórticos que ficam no gramado dos jogos do Brasileirão. Os novos parceiros da CBF são Betano, 1XBet e Betnacional.

A atitude da CBF viola a cláusula de exclusividade que a Galera.bet firmou com a entidade, ano passado.

O acordo de patrocínio entre entidade e o site de apostas prevê pagamentos anuais de US$ 1,1 milhão (R$ 5,5 milhões)

Na liminar concedida pela Justiça, a CBF fica sujeita a multa de R$ 200 mil em caso de descumprimento. A entidade foi notificada ontem (9) da decisão de segunda-feira (8).

Procurada, a CBF informou que irá recorrer e que só se manifestará nos autos.

A queda de braço

O contrato entre CBF e Galera.bet foi firmado já na gestão do presidente Ednaldo Rodrigues e tem vigência de três anos (2022, 2023 e 2024).

A decisão liminar estabelece que a CBF retire as outras marcas dos sites de apostas.

Desde a 3ª rodada da Série A deste ano a CBF inseriu os concorrentes da Galera.bet nos locais de exibição dos patrocinadores do Brasileirão.

A empresa enviou ofícios à entidade citando o que estava previsto em contrato, mas a CBF não respondeu.

A Galera.bet, inclusive, acionou a Feng, responsável pela produção dos backdrops e pórticos para o Brasileirão. No processo, os advogados da Galera.bet disseram que a "Feng informou que produziu pórticos e backdrops conforme o contratado, havendo sido ela própria surpreendida com as estruturas alternativas visíveis nos estádios onde realizadas as partidas".

A mudança, segundo a Feng, foi atribuída a uma ordem da diretoria de competições da CBF.

Vanderlei Luxemburgo, técnico do Corinthians, dá entrevista no backdrop do Brasileirão - Reprodução - Reprodução
Vanderlei Luxemburgo, técnico do Corinthians, dá entrevista no backdrop do Brasileirão
Imagem: Reprodução

Os valores do contrato

O contrato assinado entre CBF prevê um fluxo dos depósitos com variação ano a ano. Em 2023, por exemplo, a empresa teria que depositar quatro parcelas de US$ 275 mil até o primeiro dia dos meses de janeiro, abril, julho e outubro.

Ao todo, a CBF ganhará R$ 16,5 milhões em três anos, se a parceria se mantiver. Os valores em contrato foram balizados em dólar, mas os depósitos são em real.