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O que fazem e (não) dizem ex-colegas de Cuca envolvidos em caso de Berna

Henrique Etges, Fernando Castoldi, Eduardo Hamester e Cuca cerca de um mês após escândalo sexual em Berna, na Suíça, em 1987 - Reprodução/Revista PLACAR
Henrique Etges, Fernando Castoldi, Eduardo Hamester e Cuca cerca de um mês após escândalo sexual em Berna, na Suíça, em 1987 Imagem: Reprodução/Revista PLACAR

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/04/2023 04h00

Além de Cuca, Eduardo Hamester, Fernando Castoldi e Henrique Etges também foram condenados em caso envolvendo uma menor, uma menina de 13 anos em Berna, na Suíça, em 1987. O quarteto não cumpriu pena após a sentença. O UOL procurou os outros três personagens da história.

Funcionário do Grêmio

Eduardo Hamester, mais conhecido como Chico, atualmente tem 55 anos e é preparador de goleiros do time Sub-15 do Grêmio, mas já passou por outras categorias. Ele está no clube desde 2015.

Apesar do início no Sul do país, foi no Nordeste que Chico fez mais história. Em 1994, foi vice-campeão da Copa do Brasil pelo Ceará, onde é considerado ídolo. No Vozão ele foi preparador de goleiros por quatro anos. Como jogador, também teve passagens por Fortaleza, Bahia e Chapecoense. Encerrou a carreira em 2000, no Esportivo-RS.

O UOL procurou o Grêmio para um pedido de entrevista com Eduardo e para saber se a condenação foi uma preocupação do clube ao contratá-lo. O Tricolor preferiu não se pronunciar sobre o assunto e também afirmou que as perguntas não seriam possíveis porque o ex-goleiro não falaria com a imprensa neste momento.

'Acabou com a minha carreira'

Fernando Castoldi foi o único que não foi condenado a 15 meses de prisão. Em rápido contato com o UOL, o ex-atacante disse que não quer falar sobre o assunto.

"Isso me machucou muito. Na verdade, acabou com a minha carreira. Não quero falar nada. Desculpa, isso que aconteceu marcou muito", afirmou.

Conhecido como Fernando Gaúcho, ele tem 58 anos, foi ponta-direita e passou por Juventude, Blumenau, Chapecoense, Figueirense e Brasil de Farroupilha, além do Grêmio. Chegou a ser comparado com Renato Portaluppi em matérias da época.

Atualmente trabalha com futsal. Entre 1993 e 2002 atuou como preparador físico e depois teve passagens como treinador em diversas equipes do Rio Grande do Sul, conquistando até títulos.

Ídolo no Corinthians

Em contato com a reportagem para falar sobre o tema, o ex-zagueiro Henrique foi curto: "Não estou interessado!" Logo em seguida, ele bloqueou o número. As últimas informações são de que ele mora em Venâncio Aires (RS), sua cidade natal, e não está mais no meio do futebol.

Em 2007, ele deu uma entrevista ao Pelé.Net afirmando ter se afastado do esporte. Disse viver de investimentos em imóveis e cedia uma área para o armazenamento de fumo, um importante produto agrícola do interior gaúcho. Além disso, cuidava do rebanho no tempo livre. Na época ele não descartava ser treinador.

Com 57 anos atualmente, ele foi zagueiro e defendeu o Corinthians por seis temporadas, de 1992 a 1997. Foram 292 partidas, 17 gols e três títulos: um na Copa do Brasil (1995) e dois no Paulistão (1995 e 1997). Antes do clube alvinegro, passou por Portuguesa e União São João e em 1998 trocou o Timão pelo Tokyo Verdy, do Japão. Henrique se aposentou no Botafogo-SP em 1999.

Em 2022, o Corinthians fez uma publicação parabenizando Henrique pelo aniversário nas redes sociais e apagou após reclamações da torcida. As críticas eram justamente pelo envolvimento no caso.

No ano anterior, publicou até uma nota oficial no site em comemoração aos 55 anos do ex-zagueiro. "Conhecido pela sua seriedade, raça e espírito de luta, se encaixou perfeitamente na equipe alvinegra e permaneceu no clube por cinco temporadas, chegando a ser capitão do Timão em diversas ocasiões", dizia o texto.

As acusações a cada um

A imprensa conseguiu dar versões dos jogadores sobre o ocorrido. Nas declarações, Chico disse que a menina teria "saído bem alegre" e que aparentava ser mais velha. Além disso, houve conteúdos humanizando os atletas presos. Os textos dão o lado dos atletas mesmo sem aspas.

Os quatro jogadores foram detidos com a alegação de terem tido relações sexuais com a garota sem consentimento. O caso ocorreu em 1987, quando o Grêmio fazia uma excursão pela Europa.

Após quase um mês detidos em Berna, os quatro jogadores foram liberados.

Dois anos depois, Cuca, Henrique e Eduardo foram condenados a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil cada.

Já Fernando teria agido como vigia do quarto enquanto os atletas estavam com a menina. O ex-jogador foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado a três meses de prisão e pagamento de multa de US$ 4 mil por estar envolvido no ato de violência.

As penas dos quatro jogadores prescreveram quando o crime completou 15 anos. Dessa maneira, eles podem voltar para a Suíça sem risco de serem presos.