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Clubes exigem participação em regulamentação sobre apostas eletrônicas

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad defende que plataformas on-line de apostas esportivas passem a ser tributadas pela Receita Federal - REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad defende que plataformas on-line de apostas esportivas passem a ser tributadas pela Receita Federal Imagem: REUTERS/Adriano Machado

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

04/04/2023 15h43

Os clubes da Série A do Eixo Rio-São Paulo divulgaram um comunicado exigindo participação no debate sobre regulamentação das apostas eletrônicas.

O que aconteceu

Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos publicaram a mesma nota ao mesmo tempo em seus sites oficiais.

Eles alegam que as empresas se utilizam das marcas, símbolos, nomes, imagens e eventos esportivos dos grandes clubes.

Os times defendem que o maior volume de transações feitas se dá em face dos grandes clubes do futebol brasileiro.

Eles se dizem surpresos pelo fato de a proposta de regulamentação ser feita sem que os clubes tenham sido consultados.

Governo quer arrecadar até R$ 15 bilhões

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende que plataformas on-line de apostas esportivas passem a ser tributadas pela Receita Federal.

O governo espera arrecadar até R$ 15 bilhões com as tributações das chamadas "bets".

O valor de patrocínios de sites de apostas aos clubes brasileiros da Série A em 2023 supera a casa dos R$ 330 milhões por ano.

Não é justo você não tributar uma atividade que muitas pessoas nem concordam que exista no Brasil, mas é uma realidade. Se é uma realidade do mundo virtual, nada mais justo do que a Receita [Federal] tributar", Fernando Haddad em entrevista à Globonews, ontem.

Leia a nota completa:

CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO, FLUMINENSE FOOTBALL CLUB, S.A.F. BOTAFOGO, SANTOS FUTEBOL CLUBE, SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE, SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS, SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA e VASCO DA GAMA S.A.F., reunidos na qualidade dos denominados "Clubes da Série A do Eixo RJ x SP", vêm, em conjunto, de forma emergencial, sem prejuízo que demais clubes venham a se manifestar posteriormente no mesmo sentido, externar nossa preocupação acerca da iminente regulamentação, por Medida Provisória, da Lei nº 13.756/2018, a qual "dispõe sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), sobre a destinação do produto da arrecadação das loterias e sobre a promoção comercial e a modalidade lotérica denominada apostas de quota fixa".

É de conhecimento público e notório que as empresas que exploram os serviços das denominadas apostas de quota fixa, popularmente conhecidas como "Bets" ou apostas eletrônicas, se utilizam das marcas, símbolos, nomes, imagens e eventos esportivos dos grandes clubes e são responsáveis, atualmente, por importantes receitas de marketing obtidas pelos Clubes de Futebol do País.

De igual maneira, apesar dos sites de aposta eletrônica permitirem apostas nos mais variados esportes, é inegável que o maior volume de transações feitas se dá em face dos grandes clubes do futebol brasileiro.

Nesse sentido, surpreende aos Grandes Clubes do Eixo RJ x SP que a proposta de regulamentação se dê sem que os Clubes tenham sido consultados ou lhes tenha sido oportunizado voz para sugerir melhorias e adequações à Lei nº 13.756/2018, e sem a devida discussão.

É imprescindível que os Clubes de Futebol tenham participação direta nas discussões legislativas que envolvam a regulamentação da atividade das empresas de aposta eletrônica, permitindo-se que se posicionem de forma clara e pública acerca do que entendem justo e correto no tocante à referida regulamentação, visto que ninguém está autorizado a lhes representar nesse debate.

Sendo o Futebol um dos grandes patrimônios nacionais, não se pode concordar que discussões desta relevância sejam travadas sem a participação dos Clubes de Futebol.

Há questões relevantes a serem debatidas, como contrapartida pela utilização das marcas e eventos dos Clubes, bem como o cuidado no tratamento fiscal, para evitar o risco de colapso da atividade, o que traria grandes prejuízos para todos.

Dessa forma, os Grandes Clubes do Eixo RJ x SP vêm, pela presente, postular participação direta nos debates, confiando que o Poder Executivo e, posteriormente, o Poder Legislativo, irão adotar todas as cautelas necessárias, permitindo uma ampla participação dos Clubes de Futebol do Brasil nessa relevante e valorosa discussão.

CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO
FLUMINENSE FOOTBALL CLUB
S.A.F. BOTAFOGO
SANTOS FUTEBOL CLUBE
SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE
SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS
SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA
VASCO DA GAMA S.A.F.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, a previsão de arrecadamento do governo é de R$ 15 bilhões, não R$ 15 milhões.