Topo

Atlético-MG

Ano ruim custa caro e Atlético-MG perde mais de 30 mil sócios em sete meses

Torcida do Atlético-MG contra o Cuiabá, no Mineirão - Alessandra Torres/AGIF
Torcida do Atlético-MG contra o Cuiabá, no Mineirão Imagem: Alessandra Torres/AGIF

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

09/11/2022 17h51

Em abril, poucos dias depois de conquistar o Campeonato Mineiro, o Atlético-MG comemorou a marca de 130 mil sócios. Naquele momento o Galo era visto como um dos favoritos aos grandes títulos da temporada, afinal de contas o time alvinegro vinha de conquistas nacionais: Supercopa do Brasil, em fevereiro, e Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, ambos em 2021. Mas a equipe não correspondeu em campo, pelo contrário, o Atlético acumulou derrotas, foi eliminado nos torneios mata-mata e nem sequer brigou pelo topo do Brasileirão. A resposta dos torcedores é vista pelo clube na queda no número de sócios, que está abaixo de 100 mil.

Com um elenco forte e uma torcida empolgada, a diretoria alvinegra traçou a meta de faturar R$ 30 milhões brutos através do programa de sócio-torcedor em 2022. Mais do que o dobro do que arrecadou na temporada anterior. No ano passado, o Galo teve faturamento bruto de R$ 12,9 milhões com os sócios.

A queda no número de adimplentes tem impacto direto nas finanças do Atlético, que tem seis planos diferentes à disposição do torcedores, com valores mensais que vão de R$ 10 até pouco mais de R$ 125 (exclusivo para torcedores que moram fora do Brasil).

O recuo no número de sócios começou em julho, quando o time ainda estava nas primeiras colocações do Brasileiro, mas não fazia bons jogos. Foi nesse mês que aconteceu a eliminação para o Flamengo, nas oitava de final da Copa do Brasil. Mas ainda assim o número seguia muito próximo dos 130 mil. Em agosto, após a eliminação na Libertadores, para o Palmeiras, o Atlético tinha pouco mais de R$ 125 mil sócios em dia.

Foi a partir de setembro que começou uma verdadeira debandada entre os associados do Galo, com menos de 120 mil adimplentes. Sem uma reação do time em campo e com a chance real de não jogar a próxima edição da Copa Libertadores, o Atlético voltou para uma marca inferior a 100 mil sócios nesta quarta-feira (9). Eram 99.174 adimplentes no fim da tarde.

Reflexo na venda de ingressos

A queda no número de sócios impacta diretamente na venda de ingressos. Com a baixa na procura, o Atlético teve de abaixar os preços das entradas. Como efeito de comparação, o bilhete mais barato para o primeiro jogo do ano no Mineirão, contra o Patrocinense, pelo Mineiro, custou R$ 45 para o sócio. Já para o confronto desta quinta-feira, pelo Cuiabá, pela 37ª rodada do Brasileirão, no último jogo do Galo em casa em 2022, esse mesmo sócio vai pagar R$ 25 pelo ingresso do mesmo setor.

De acordo com o orçamento do Atlético para a temporada a previsão de faturamento com bilheteria foi de R$ 53 milhões, mas certamente esse número não será alcançado. Restando um jogo como mandante para fechar o ano, o Galo arrecadou R$ 41,5 milhões. Para o duelo diante do Cuiabá, o Mineirão será aberto para apenas 35 mil pessoas.

Atlético-MG