Topo

Corinthians

Sequência de vitórias do Corinthians põe mais peças em quebra-cabeças de VP

Vítor Pereira na Neo Química Arena na vitória do Corinthians diante do Avaí - Marcello Zambrana/AGIF
Vítor Pereira na Neo Química Arena na vitória do Corinthians diante do Avaí Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/04/2022 04h00

Findada a semana com três vitórias consecutivas do Corinthians após a frustrante estreia com derrota na Libertadores, o quebra-cabeças de Vítor Pereira ganhou mais peças do que encaixes com o bom desempenho de atletas que antes corriam por fora no elenco, além do recém-chegado Rafael Ramos.

Para a sequência nos três campeonatos em disputa (Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil), o técnico português, que já havia manifestado a intenção de fazer o rodízio entre os titulares, terá ao menos uma "dor de cabeça" em cada setor de sua equipe.

A começar pela defesa, com exceção a Cássio, os últimos jogos indicaram que a disputa pelas posições será intensa. Ainda não é possível dizer, por exemplo, se a dupla de zagueiros de 2021, formada por Gil e João Victor, se repetirá nos próximos meses.

Raúl Gustavo, que até o início do ano não era cogitado entre os 11 iniciais, foi titular contra Botafogo, Deportivo Cali e Avaí, e se apresentou bem nas três partidas, aumentando a concorrência com os companheiros de zaga.

Pelas laterais, a situação não é tão diferente. Com a média de duas partidas a cada semana, tudo indica que Fábio Santos e Lucas Piton devem se revezar. Mais experiente, Fábio atuou nos dois confrontos pela Libertadores, enquanto Piton foi o titular nos jogos do Campeonato Brasileiro.

No lado direito está uma das poucas unanimidades do elenco: Fagner deve ser titular absoluto na temporada. Mesmo o ídolo corintiano, que em João Pedro não tinha forte concorrência, ganhou a companhia de Rafael Ramos, com ótima estreia no triunfo ante o Avaí. Em momentos de rodagem do elenco, o lateral português pode ser aproveitado, como disse Pereira na coletiva após a vitória pela segunda rodada do Brasileirão.

"Nem o Fagner nem ninguém consegue jogar 90 minutos e voltar com a mesma qualidade no jogo seguinte. Não é questão de idade, mas do tempo de recuperação ser curto. Os três vão ter oportunidades", assegurou.

O revezamento deve se repetir no setor ofensivo, onde Vítor Pereira tem agora um novo problema para resolver: Róger Guedes, que com Sylvinho e o português foi utilizado como centroavante, manifestou seu desejo de atuar pela ponta.

E foi atuando onde mais se sente à vontade que o camisa 9 mandou um recado bem claro ao treinador português: "Acho que mostrei onde quero jogar. É uma conversa sadia que tenho com ele, é onde me sinto à vontade, sei fazer o 'facão', e o grupo me conhece bastante nessa posição".

Ao saber da afirmação do atacante, VP disse que a utilização como centroavante havia sido circunstancial e ponderou sobre a concorrência com Willian pela esquerda, mas reconheceu a ótima atuação de Guedes. "Hoje foi à posição dele e tenho que lhe dar razão", disse o técnico.

À parte do duelo entre os donos das camisas 9 e 10 pela ponta esquerda, com vantagem para Willian, o ataque alvinegro ainda tem Júnior Moraes e Jô brigando pela vaga de centroavante, ao menos quatro candidatos à ponta direita: Gustavo Silva, Mantuan, Adson e o próprio Róger Guedes.

Por fim, o setor mais povoado do elenco: no meio-campo, Maycon e Du Queiroz podem atuar na função de camisa 5, mas também podem fazer a dupla de volante, como nesse sábado. Cantillo, pouco utilizado, e Roni correm por fora.

Desde que esteja em plenas condições físicas, Paulinho deve ser o segundo volante titular, acompanhado por Renato Augusto na armação. No entanto, dada sequência de partidas, ambos devem ser poupados para evitar desgastes. Nesse contexto entra Giuliano, que, embora esteja entre os reservas, foi utilizado nas últimas quatro partidas por Vítor Pereira, entrando no segundo tempo.

Após a vitória contra o Avaí, o treinador português voltou a ressaltar a necessidade de rodar o elenco. Isso porque, segundo ele, considerando a sequência de jogos no calendário do futebol brasileiro, é impossível que um atleta mantenha a mesma intensidade jogando os 90 minutos de duas partidas consecutivas. Prova disso é que, nos últimos três confrontos, entre titulares e suplentes, o comandante pôs 24 atletas em campo.

Sob esse contexto, confrontado pela possibilidade de não possuir um time com 11 iniciais definidos, Pereira assegurou que tem "mais ou menos na cabeça como é o time que jogaria". Porém, com um "calendário terrível", pontuou ser mais importante uma equipe equilibrada na defesa e no ataque do que um time com as peças ofensivas mais qualificadas.

"O que procuro fazer é apresentar uma equipe que, no momento que perdemos a bola, sustenta a qualidade ofensiva de forma equilibrada, se for obrigada a defender", explicou.

No próximo compromisso do Timão, na quarta-feira (20), diante da Portuguesa-RJ, pela terceira fase da Copa do Brasil, o treinador deve promover mais mudanças. Segundo ele, há a possibilidade se alterar mais da metade dos 11 iniciais contra o Avaí.

"Ainda precisamos ver. Vamos ter que mudar. Espero que a equipe dê uma boa resposta, e acredito que sim. Tenho confiança nos que vão entrar", completou.

Corinthians