Palmeiras: como troca na comunicação foi recebida por aliados e opositores?

A saída do jornalista Olivério Júnior da comunicação do Palmeiras é uma incontestável vitória da torcida, que não via com bons olhos um corintiano ligado a Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, e Kia Joorabchian, ex-gestor, em cargo tão importante no clube alviverde.

Mas a mudança não era um desejo da cúpula palmeirense. Segundo relataram ao UOL Esporte pessoas com alta patente no Palmeiras, a permanência de Olivério na coordenação da comunicação era o plano da diretoria.

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Mas, ontem (3), a presidente Leila Pereira entendeu que a questão havia chegado a um ponto insustentável depois das manifestações dos últimos dias, inclusive durante a decisão da Recopa Sul-Americana, conquistada pelo Palmeiras, na quarta-feira (2), sobre o Athletico.

A torcida Mancha Verde, forte aliada de Leila, encampou uma campanha contra o profissional, com direito a camisas montando o mosaico "Fora, Olivério" no setor Gol Norte, e faixas com os mesmos dizeres na Rua Palestra Itália, nos arredores do Allianz Parque.

Oficialmente, Olivério foi quem pediu seu desligamento do Palmeiras.

Quão fora do dia a dia Olivério vai estar?

Embora tenha arrefecido os ânimos dos torcedores, a mudança ainda é vista com certa desconfiança pelos opositores e até mesmo por aliados de Leila que não queriam a permanência do profissional.

Especula-se qual o tamanho da interferência que Olivério, que segue como assessor pessoal de Leila e suas empresas, terá na gestão do jornalista Fernão Ketelhuth, que assume a coordenação de comunicação alviverde em substituição a Olivério. Fernão está no clube desde 2017, inicialmente como editor da revista oficial, mas ganhou outras atribuições com o passar dos anos.

Patrocinadores e parceiros receberam com entusiasmo a saída de Olivério. Em condição de manter o anonimato, mais de um parceiro conversou com o UOL Esporte relatando que a nova estrutura de marketing, encabeçada por Everaldo Coelho, não vem funcionando bem no que diz respeito a estabelecer contatos e definir planos. Olivério era visto por todos como o verdadeiro idealizador do novo modelo.

Também no futebol, havia um certo incômodo com Olivério estar sempre presente no dia a dia do departamento, participando de reuniões e tomadas de decisões. O fato de sua empresa, a Tuddo, trabalhar para Edu Dracena, diretor de futebol no Santos, e Alexandre Mattos, CEO do Athletico, também era visto como um risco potencial, mesmo que involuntário.

Projetos pessoais em rádio

Em contato com o UOL Esporte, Olivério afirmou que solicitou a saída "em virtude de um projeto pessoal, a Rádio 365, que tem oito emissoras na rede" e que vinha "fazendo a transição" para que Fernão Ketelhuth assumisse o cargo.

"Sobre a Leila, trabalhamos há quase sete anos e vou continuar a trabalhar com ela pessoalmente, como sempre foi", disse.