Ainda que percam seus jogadores com a manutenção do calendário do Brasileirão, os clubes são favoráveis à manifestação dos jogadores divulgada hoje (1º). Em nota assinada por representantes de 19 clubes da Série A — todos menos o Flamengo — os atletas pediram à CBF que o cronograma de compromissos fosse mantido, com o torneio se encerrando na data prevista: 5 de dezembro.

Quatro clubes teriam direito a adiamento. Atlético-MG, Flamengo, Internacional e Palmeiras. Todos tiveram atletas convocados à seleção brasileira e perderiam três ou mais jogadores, contando com chamados para outras seleções, na rodada tripla das Eliminatórias à Copa do Mundo 2022.

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No caso do Colorado, o clube havia se manifestado favorável ao adiamento dos jogos, desde que isso não implicasse na prorrogação do Brasileiro. Nas rodadas que poderiam ser postergadas, o time de Porto Alegre enfrentaria Ceará, Chapecoense e América-MG. Ou seja, os jogos poderiam ser feitos em datas previstas para competições como Libertadores e Copa do Brasil.

Em contato com o UOL Esporte, o Internacional disse que a manifestação dos jogadores é legítima e que o clube entende que o Brasileirão deva ser encerrado dentro do previsto, sem alterações de planejamento.

Já o Atlético-MG tem postura semelhante. Líder do Nacional, o Galo entende que as datas devem ser respeitadas, ainda que perca jogadores importantes. O clube de Belo Horizonte foi contra o adiamento dos jogos desde o início por se sentir prejudicado na disputa pelo título.

"Estamos trabalhando com o planejamento original de que nunca rodada será adiada. Creio que virá algo de oficial ainda hoje. Vamos seguir a competição, mesmo com a perda destes jogadores convocados. Inclusive, já trabalhamos com o planejamento para o jogo contra a Chapecoense. Temos confirmados Alan Franco, Alonso e Arana. O Vargas teve uma lesão e informamos ao Chile. Aqui temos um cuidado muito grande aos nossos jogadores lesionados, por isso a informação veio da própria seleção chilena", disse o executivo de futebol Rodrigo Caetano.

"Investimos muito para que o calendário pudesse ser preservado, pelo menos o atual. Já temos um prejuízo enorme pelas convocações, não por acaso montamos um elenco que tivesse reposição à altura e que pudesse seguir nas competições. O que penso é que, neste momento de reta final, se priorizasse o cumprimento do calendário, e não as Eliminatórias, onde a seleção brasileira está numa posição privilegiada e que tem vários jogadores que atuam no exterior que poderiam ser convocados. É cada dia mais difícil encontrar denominadores comuns para atender a todos os interesses. Infelizmente, os interesses dos clubes ficam em segundo plano. Já passou da hora desta adequação do calendário brasileiro", completou.

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, o Flamengo optou por não se manifestar. Em entrevista ao ge no início da semana, o presidente do clube, Rodolfo Landim, disse que o Rubro-Negro trabalhava com a data de 26 de dezembro para o fechamento do calendário, considerando a prorrogação.

O Rubro-Negro costuma se manter alheio aos movimentos coletivos de clubes e jogadores. Tanto que não houve representante do elenco no ato dos atletas. O clube também não enviou representante às reuniões que trataram da volta do público aos estádios.

O Palmeiras também foi procurado pela reportagem, mas não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta matéria.

Outros clubes da Série A apoiaram a posição dos atletas. Corinthians, Grêmio, Ceará e Red Bull Bragantino, por exemplo, entendem que a previsão de conclusão do campeonato deva ser respeitada. O Cuiabá optou por não se manifestar.

A possibilidade de adiamento foi levantada pela CBF. Em manifestação de Juninho Paulista, coordenador de futebol da entidade, foi aberta perspectiva de que os jogos pudessem ocorrer em outro momento. No entanto, tal chance foi afastada recentemente.