Topo

Jonas conta insistência de Palmeiras, ligações de Renato e acordo em Lisboa

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

08/05/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Aposentado, ex-atacante revela que Palmeiras e Grêmio foram clubes que mais tentaram contrata-lo
  • No Grêmio, Renato Gaúcho chegou a ligar para convencer. Chamadas com o treinador ocorreram em 2013 e 2018
  • Jonas ainda conta do sofrimento com lesões frequentes nas costas e acordo com o Benfica para a última temporada

Jonas ficou nove anos na Europa, mas não foi por falta de convites para voltar ao Brasil. Em entrevista ao UOL Esporte, o ex-atacante revela que Palmeiras e Grêmio foram os clubes que mais insistiram na contratação ao longo das últimas temporadas. Renato Gaúcho chegou a ligar duas vezes para convencer o jogador, mas não teve êxito. No Benfica, os últimos dias foram de sacrifício por conta de lesão nas costas e gol 300 na carreira.

Aposentado desde de julho de 2019, Jonas curte a família no interior de São Paulo e parece de bem com a própria história. Resolvido em relação à carreira, cauteloso sobre trabalhar com futebol no futuro. E dono de cabelos cada vez mais brancos, ele brinca ao dizer que não tem saudade do futebol.

"Eu lembro das dores que estava sentindo nos últimos meses e aí a saudade passa. Tenho saudade da resenha, mas do jogo em si não tenho saudade não", conta.

Revelado pelo Guarani, com passagem pelo Santos e muito boa passagem pelo Grêmio, Jonas deixou o Brasil rumo à Espanha em 2011. Do Valencia foi para o Benfica em 2014 e lá fez história. A ponto de fechar acordo com o técnico para jogar mesmo longe da forma ideal.

"Em janeiro de 2019, eu acabei praticamente, queria terminar a minha carreira, essa é a verdade. Eu vinha sofrendo com lesões nas costas já há uns dois anos e acabou travando minhas costas. Eu não consegui fazer nada, ali era terceira ou quarta vez, e eu tinha chegado no limite. Falei que já tinha dado tudo que dava, mas era um momento difícil na temporada. Tinha mudado o treinador no Benfica, assumiu o treinador que estava na base e a gente teve uma conversa muito boa, muito franca. Ele falou que iria me ajudar, mas pediu para eu ficar por ser muito experiente, pelo respeito", relembra o ex-jogador, que está atualmente com 36 anos.

"Acabou dando tudo certo. Foram quatro meses de muito sacrifício de minha parte, da parte do treinador. Valeu a pena, fomos coroados com o título e hoje olho e sei que valeu o esforço. Foram quatro meses de muita dor, várias vezes eu nem treinava, só ficava na fisioterapia. E na Liga Europa eu nem viajava por ser avião e posições ruins para as minhas costas. Foi terrível, mas valeu a pena, fomos campeões", completa.

O Brasil chama

Antes de as costas derrubarem Jonas, o telefone tocou mais de uma vez. Do outro lado do Atlântico as vozes diferentes ofereciam a mesma coisa: contrato para voltar ao Brasil.

"Os clubes ligavam para meu irmão e perguntavam se eu tinha interesse de voltar, como não era interesse nem chegavam a formalizar propostas. A gente era bem sincero, eu queria ficar na Europa e ter uma carreira consolidada por lá. Durante esse tempo vários clubes nos procuraram, mas eu fiquei e tenho certeza que foi a melhor escolha", afirma.

O Palmeiras tentou negócio mais de uma vez e não conseguiu. O Grêmio também e aí a história foi um pouco diferente.

"O Palmeiras entrou em contato quando eu estava na Espanha e quando eu estava no Benfica. E sempre tive contato com o Renato, né! Quando estava na Espanha, falei uma vez com ele e depois em Portugal. Foram os dois que mais insistiram na minha volta", revela.

Renato Gaúcho ligou para Jonas em 2013, com lembranças da passagem de três anos antes. Em 2010, o Grêmio de Jonas e Renato saiu da ponta debaixo da tabela do Brasileiro para ir à Libertadores. No início da temporada seguinte, o atacante deixou Porto Alegre.

"A gente tem uma boa relação, o Renato me ajudou muito em 2010. Agradeci, tenho muito carinho e respeito por ele e pelo Grêmio também. Juntou as duas coisas, mas naquele momento eu vivia um momento muito bom no Benfica e pensava em me aposentar lá, o presidente do clube já falava nisso também e era difícil sair do Benfica. Acabou que tivemos uma conversa muito boa, mas agradeci: 'Agradeço, Renato. Mas foi ficar e encerrar a carreira por aqui'", detalha Jonas.

O telefone de Jonas também tocou em 2018, novamente com Renato do outro lado da linha.

"Foi muito debaixo dos panos, mesmo. O Renato sempre gosta de ligar, falar, mas ele perguntou 'quer voltar?' A gente está atrás de atacante e dentre vários nomes que surgiram teve seu nome. 'Se você quiser voltar, me fala que falo com o presidente. Pelo respeito e carinho, você até para e pensa em voltar'. Eu parei e pensei um pouco, mas minha história no Benfica era linda", completa.