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Hoje na Ásia, Diogo lamenta situação da Portuguesa que o revelou: "Triste"

Diogo, do Johor (Malásia), comemora gol pela Liga dos Campeões da Ásia - Stanley Chou/Getty Images
Diogo, do Johor (Malásia), comemora gol pela Liga dos Campeões da Ásia Imagem: Stanley Chou/Getty Images

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

27/04/2020 13h43

O atacante Diogo hoje é ídolo no futebol da Malásia. O jogador é a esperança de gols para o Johor, muito bem adaptado ao futebol do sudeste asiático. Porém, muito antes de brilhar em região tão distante, ele passou por grandes clubes do Brasil. Cria das divisões de base da Portuguesa, lamenta a derrocada da tradicional equipe paulistana, que disputa a Série A2 do estadual.

"Foi lá que comecei, cheguei criança, passei grande parte da minha vida lá. É triste ver a Portuguesa do jeito que está, o clube da forma que está. Era um clube bonito, o social, e isso acabou. A Portuguesa pagou por más administrações, é triste ver um clube que revelou jogadores para a seleção assim", disse Diogo. "Da forma que está não sei como ajudar. Sou muito grato, consegui ajudar um pouco dentro de campo."

A situação do clube pelo qual tem muito carinho dificulta quando o atacante quer assistir a jogos do time — de longe, ele assegura acompanhar partidas da Série A do Campeonato. Ainda assim, ele faz um esforço. "Acompanho os jogos do Brasileirão, sempre tento ver os melhores momentos, Portuguesa é mais difícil de acompanhar, porque não passa nada. Tento acompanhar pelo Face", completou o atacante.

Além da Portuguesa, Diogo passou por dois clubes que já vivem momentos bem diferentes, do ponto de vista de infraestrutura e finanças: Palmeiras e Flamengo disputam as primeiras colocações dos principais campeonatos do país e têm orçamentos polpudos

"Tem algumas pessoas que trabalham lá no Palmeiras que são da minha época, Converso pouco, tem um grupo de WhatsApp, mas é mais para brincadeira de grupo. Acho legal e importante para o futebol brasileiro [esse crescimento das duas equipes]. O Flamengo acompanhei pouco, não tinha essa estrutura quando joguei lá. No Palmeiras já via que estava sendo construído. Comentava com os meus amigos que o Palmeiras iria chegar nesse patamar de títulos. Organização do clube, presidente... Você via que estavam fazendo tudo certinho."

Diogo, atacante ex-Lusa, na Malásia - Allsport Co./Getty Images - Allsport Co./Getty Images
Diogo enfrenta marcação do Suwon, pela Liga dos Campeões da Ásia
Imagem: Allsport Co./Getty Images

Veja a entrevista com Diogo:

Quarentena

O futebol parou no dia 14 [março], que foi o último jogo. Iríamos ter jogo de Copa dia 18, mas já pararam. Fui até viajar perto, porque era como se fosse uma folga, não tinha de ficar em casa. Estava em uma ilha, mandaram mensagem no grupo de jogadores que era para a gente ficar em quarentena, e estou em casa direto agora.

Coronavírus

A gente via os noticiários, a gente via que na China estavam complicadas as coisas, mas com o passar do tempo percebemos que era até mais sério. Até em futebol cancelando jogos, fomos para o Japão e todo mundo estava receoso, já viajava de máscara e com álcool gel.

Trabalho na quarentena

Eles falam para ficar dentro de casa. Procuro fazer exercícios, claro que não é o ideal, não é o que estamos acostumados, mas eles falaram para evitar de sair, ficar em casa.

Encerrar a carreira na Ásia

Não sei, uma coisa que não pensei ainda. Futebol não sabe o que pode acontecer.

Evolução do futebol asiático

O jogador asiático está muito globalizado, indo para os outros países. Na Europa você vê jogadores asiáticos, mas o campeonato que eu jogo não é o mesmo nível do Brasil. Se joga de forma competitiva, estão crescendo, vontade de querer ganhar.

Família adaptada

Meu filho fala inglês melhor do que eu. Ele vai à escola, diante dessa situação é pior.

Alimentação na China, Tailândia e na Malásia

Na Malásia não comem essas coisas mais exóticas, nunca vi algo diferente. Na China tinha escorpião, larvinha. Na Tailândia, experimentei uma larvinha, mas escorpião não dá comer.