Eleição acirrada coloca estabilidade de futebol do Corinthians à prova
Com o maior número de candidatos desde a saída de Alberto Dualib, em 2007, a eleição que ocorre no próximo sábado (3) coloca à prova a estabilidade sobre o futebol do Corinthians, departamento que apresentou os melhores resultados no clube nos últimos dez anos. Com cinco nomes confirmados no pleito, há algumas dúvidas sobre a continuidade do modelo que rendeu títulos importantes em temporadas recentes.
Embora todos os aspirantes ao cargo (Andrés Sanchez, Felipe Ezabella, Paulo Garcia, Romeu Tuma Jr e Roque Citadini) adotem a continuidade como discurso, o responsável pelo departamento nos últimos dois anos e meio ainda não crava permanência. Herdeiro do modelo de gestão que era centralizado em Edu Gaspar, hoje na CBF, o gerente de futebol e ex-lateral Alessandro Nunes é a maior interrogação no que diz respeito ao futebol.
Caso Andrés consiga a vitória e retorne à presidência, a continuidade do modelo e de boa parte dos profissionais estará assegurada. Por outro lado, as chances de Alessandro se desligar são grandes. No ano passado, o gerente foi alvo de ataques por parte do grupo de Sanchez e só teve sua cabeça assegurada pela lealdade ao presidente Roberto de Andrade.
O candidato situacional, em entrevistas, foi simples e objetivo quanto a Alessandro. "Não tenho nenhum problema com ele, pelo contrário. Ele está fazendo um bom trabalho. É o último gerente campeão brasileiro. Vai mexer para quê?", questionou Andrés ao UOL Esporte.
Mas o que pensam os oposicionistas?
"Não vou mexer no futebol. Acho injusto. Os caras estão indo bem, a comissão faz um bom trabalho e eles foram os responsáveis por ganhar esses títulos. Conheço o clube, conheço o futebol. O clube está um desastre, mas o futebol foi bem. Ninguém apostava nesse time e os caras foram bem, fizeram um bom trabalho, são estudiosos. O Carille está há 10 anos e é estudioso, mas nem a diretoria apostou nele. Contatou quatro caras antes. Vamos mudar o modelo, criar uma superintendência de futebol, que vai ter um profissional e o feminino", disse Tuma ao UOL.
Novo presidente terá decisões importantes a tomar rapidamente
Com a iminente inscrição do zagueiro Henrique no Campeonato Paulista, o Corinthians ainda terá dois lugares disponíveis e que ficarão a cargo do próximo presidente. A primeira missão será atender Fábio Carille e entregar um novo centroavante que possa suprir a carência deixada por Jô. O prazo para isso, porém, é apertado: as inscrições do Paulista se encerram no dia 23 de fevereiro.
Além do novo centroavante, será preciso definir sobre a última vaga disponível entre as 26 possíveis. A direção do Corinthians se precaveu pelo risco de alguma baixa na janela de transferências ou oportunidade de mercado interessante e deixou um posto aberto para o Paulista. Será possível buscar mais algum reforço ou mesmo optar pela inscrição de algum atleta fora da lista - Giovanni Augusto, Fellipe Bastos e Moisés são três exemplos.
Resolver a situação desse grupo de jogadores, que ainda possui os volantes Warian e Jean, o goleiro Matheus Vidotto e o lateral Léo Príncipe, também é incumbência do próximo presidente e seu grupo que lidere o futebol. Fábio Carille já avisou aos atletas, e também discursou publicamente, de que eles estão fora dos planos nesse momento.
Por fim, duas renovações precisam ser discutidas. O zagueiro Balbuena ainda não retornou à proposta do Corinthians apresentada em agosto e, com o fim da janela de transferências na Europa, deverá ter seus empresários presentes para uma nova roda de conversas em breve. Outra situação a ser avaliada é de Jadson, que apresenta crescimento de produção no começo de 2018, tem contrato válido até dezembro e, hoje, possui o salário mais alto do elenco.
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