Topo

Candidatos fizeram acordo de paz em eleição do Flu. Mas na prática...

Montagem/UOL
Imagem: Montagem/UOL

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/10/2016 06h00

As eleições do Fluminense, tradicionalmente, cessam o clima de tranquilidade do clube. Sabendo disso, os candidatos à presidência se reuniram meses atrás e fizeram um acordo de cavalheiros por paz no período. A tentativa falhou miseravelmente. Troca de farpas e acusações são frequentes, o que acaba gerando uma verdadeira guerra nas redes sociais entre os militantes.

Até o momento quatro candidatos disputarão as eleições do Fluminense: Pedro Abad, da situação, e os oposicionistas Mário Bittencourt, Celso Barros e Cacá Cardoso. Sinais dos novos tempos, as redes sociais se transformaram em um ringue de combate.

Um dos grupos que mais contam com militância nas redes sociais é a Flusócio, que apoia o candidato da situação, Pedro Abad. Uma opinião contrária ou uma simples ironia já é motivo para que seja dada a largada para a disputa de quem tem o melhor argumento.

Para se ter uma ideia de como as brigas tem repercutido, a Flusócio, segundo apuração do UOL Esporte, aconselhou um usuário do Twitter a diminuir o ritmo das postagens, já que, embora tentasse ajudar, estava, na realidade, atrapalhando.

As brigas ficam por parte dos torcedores. Os candidatos, porém, também utilizam as redes sociais e entrevistas para cutucarem os adversários. Foi o que fez Pedro Abad ao se defender de acusações de uso da máquina na eleição.

“[...] candidatos da oposição procuraram a mídia para atacar uma candidatura consolidada, que só cresce e mostra cada vez mais força. Eles poderiam explicar porque não têm o apoio do presidente e do Marcelo Teixeira. Também deveriam dizer porque são contrários à filosofia implementada em Xerém. Teve até gente que trabalhou contra a construção do nosso CT e agora fala em construir uma Arena caríssima quando, nos bastidores, sempre afirmou preferir o Maracanã. Isso mesmo, diziam que o Fluminense não precisava de estádio e, depois da apresentação do nosso projeto, mudaram o discurso”, escreveu Abad em uma postagem no Facebook.

Mário Bittencour, por sua vez, não gostou nada de ver o Fluminense utilizando ferramentas oficiais para alavancar a candidatura de Pedro Abad e reclamou da situação. Além disso, pediu que o vice-presidente de finanças entregue o cargo para concorrer à presidência.

“Nossa preocupação é com o melhor para o Fluminense. Queremos um processo eleitoral onde os tricolores possam ver as propostas para o futuro do clube que tanto amamos. Não estamos aqui para atacar esse ou aquele candidato. O Fluminense é maior que isso, que eu, o Tenório ou qualquer outro candidato ou dirigente. Desde que apresentamos nossa chapa, deixamos claro que estamos em busca de um Fluminense mais vencedor, sem revanchismos ou picuinhas políticas. Diferente do que foi dito, todos os avanços já conquistados pelo clube serão mantidos, aprimorados. Sempre pensando num futuro onde seremos o mais organizado e bem-sucedido clube brasileiro”, disse Bittencourt.

Já Celso Barros não poupou as palavras para atacar os projetos de estádio apresentados por Pedro Abad e Mário Bittencourt. Segundo ele, os candidatos tentaram enganar os eleitores com esse tipo de promessa.

"Acho fantástica essa história de estádio. Mas almocei com o Pedro Antônio na quinta e ele falou que um estádio desse naquela área [Barra da Tijuca] demora três anos para começar a obra. Depois de iniciada, mais três anos para ficar pronto. É um projeto de no mínimo seis anos. Se houver viabilidade para começar, tudo bem", disse Celso Barros ao UOL Esporte na semana passada.

Candidatos se pronunciam sobre clima pesado

Pedro Abad: "Minha campanha é propositiva, séria e responsável. Porém, alguns candidatos da oposição estão tentando atacar uma candidatura consolidada, que só cresce e mostra cada vez mais força. Sinceramente não me preocupo com isso e estou muito focado nos meus projetos para o futuro do Fluminense, que será ainda mais vitorioso".

Mário Bittencourt: “O Fluminense desperta paixão e os ânimos acabam se exaltando, ainda mais pelas mídias sociais. Acho que todo debate em prol de um Fluminense mais forte válido, mas sem ofensas pessoais. Ataques deste tipo não acrescentarão nada para o futuro do Fluminense. Todos temos que pensar o que podemos fazer para ter um clube melhor: ter um futebol vitorioso, sempre competitivo, uma base ainda mais forte, os esportes olímpicos resgatados, uma sede valorizada, respeitando a opinião alheia”.

Celso Barros: "A intenção desse tipo de campanha é desconstruir e destruir a imagem dos adversários. Isso sempre existiu antes mesmo da internet. Hoje, há empresas que fazem isso. Disputei muitas eleições na vida, e no Fluminense apoiei David Fischel, Horcades e Peter. Nunca usamos esse expediente, porque ele desfigura o propósito democrático e decente das disputas. Busca enganar o eleitor. Vamos buscar a vitória jogando limpo."