Ferj segue em cena e 2016 promete mais brigas políticas entre grandes do RJ
A guerra entre os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro não dará trégua em 2016. A discussão começou em janeiro deste ano e teve a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) como centro da discórdia. Flamengo e Fluminense se rebelaram contra a entidade e integraram o movimento para a criação da Liga Sul-Minas-Rio. Do outro lado, Botafogo e Vasco reforçaram o apoio ao presidente Rubens Lopes e ao Campeonato Carioca.
Aconteceu de tudo um pouco em 2015. O presidente rubro-negro Eduardo Bandeira de Mello deflagrou o litígio com a entidade por discordar de pontos aprovados no regulamento do Estadual. No arbitral do dia 30 de janeiro, o mandatário acusou Rubinho de xingá-lo e o caso parou na Justiça.
Uma liminar foi deferida em agosto para que a Ferj apresentasse a gravação do arbitral sob pena de multa. Nada foi entregue até o momento, o valor da penalidade já ultrapassou os R$ 100 mil e a polêmica segue na Justiça. Flamengo e Fluminense garantiram na última semana a realização da primeira edição da Liga Sul-Minas-Rio e se mostraram despreocupados com qualquer retaliação.
Nem mesmo a aprovação no último arbitral de uma multa em cima da cota integral de televisão aos filiados que disputarem competições não oficiais em 2016 assustou a dupla. O Flamengo está decidido a escalar um time alternativo no Campeonato Carioca, enquanto o Fluminense analisa a situação. Ambos, porém, darão prioridade ao novo torneio com os clubes de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
“O que a Ferj aprovou recentemente é mais uma irresponsabilidade, algo que se tornou comum. É da mesma linha da lei da mordaça, do tabelamento de preços, da introdução da meia-entrada universal... Essa coisa de avançar nas receitas que pertencem ao Flamengo é mais uma aventura irresponsável e que não vai prosperar. A torcida pode ficar tranquila. Estamos rompidos, mas o Flamengo não cometerá qualquer tipo de insanidade”, afirmou Eduardo Bandeira de Mello, em recente entrevista ao UOL Esporte.
A postura da dupla Fla-Flu é duramente combatida pela entidade que comanda o futebol carioca e por Vasco e Botafogo. O presidente Rubens Lopes já chamou os clubes integrantes da Liga de elitistas e declarou guerra aos dois filiados.
O Botafogo está alinhado ao Vasco e poderá jogar algumas vezes em São Januário no período em que Maracanã e Engenhão estiverem fechados por conta dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O “empréstimo” por parte do Cruzmaltino aos clubes integrantes da Liga Sul-Minas-Rio está completamente descartado.
O presidente Eurico Miranda não escondeu a irritação com o novo panorama do futebol carioca e alfinetou a dupla Fla-Flu. O fato é que a guerra está longe de terminar e o ano de 2016 será mais um capítulo da corrida por interesses opostos.
“Os grandes clubes do Rio só existem por causa do campeonato e dos pequenos clubes que os fizeram crescer. É um grande desserviço que eles [Flamengo e Fluminense] estão prestando ao futebol. No Paulista, que é disputado em moldes piores aos que se discute aqui, foi pago R$ 160 milhões de televisionamento, porque eles valorizaram. Os clubes são obrigados a disputar o Paulista por seis anos, só podendo disputar em paralelo a Copa do Brasil e a Sul-Americana. Aqui, não renovamos o contrato ainda por causa dessa indefinição. Como o Vasco será sem o Flamengo, o Botafogo, o Fluminense e sem os outros? E o Flamengo sem o Vasco, o Fluminense e o Botafogo? Não vão viver. Há de se fazer uma reflexão sobre isso", disse Eurico à Rádio Globo.
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