Kaká pode estrear no domingo, e isso fará São Paulo reviver problema
São Paulo e Orlando City chegaram a um acordo nesta semana, e o meia Kaká foi liberado para fazer no próximo domingo (27) a reestreia com a camisa tricolor. Isso gerou expectativa imediata sobre a presença do camisa 8, último brasileiro eleito melhor do mundo pela Fifa e principal contratação para o segundo semestre de 2014. No entanto, o jogador não será a única coisa que a equipe paulista vai rever. Quando ele estiver em campo, o técnico Muricy Ramalho vivenciará novamente um problema recente do clube: a disposição tática com dois meias.
O São Paulo de Muricy Ramalho tem atuado num 4-2-3-1, com Ademilson aberto na direita, Ganso no meio e Osvaldo na esquerda. Foi assim nos dois jogos realizados após a Copa do Mundo (vitória por 2 a 0 sobre o Bahia e derrota por 1 a 0 para a Chapecoense). Encaixar Kaká nessa disposição fará o time reviver o dilema criado quando Ganso e Jadson estavam no elenco.
Até o fim de 2012, Ganso ainda se recuperava de cirurgia. O São Paulo também jogava num 4-2-3-1, e Lucas, que deixou o time no fim daquele ano, era o dono do lado direito na linha de armadores.
O técnico Ney Franco, que na época dirigia o São Paulo, respondeu com uma mudança tática. O time começou 2013 com dois meias, com Ganso no lugar de Lucas, e a formação não funcionou.
Ganso voltou a ser reserva, e Ney Franco retomou o 4-2-3-1 em fevereiro. Jadson chegou a jogar aberto quando o armador voltou ao time, e nenhuma das opções com os dois juntos funcionou com sequência.
O problema de Ganso e Jadson continuou com Paulo Autuori, que sucedeu Ney Franco no comando da equipe. Ele também testou a equipe com dois armadores e os meias em funções diferentes, mas não conseguiu um encaixe.
Na primeira entrevista coletiva após ter sido contratado, em setembro de 2013, Muricy foi questionado sobre a convivência entre os dois meias em campo: “Aqui temos Jadson e Ganso. Tem hora em que dá para jogar com os dois, mas é de acordo com o time que você tem”.
No domingo seguinte, os dois meias foram titulares do São Paulo que bateu o Vasco por 2 a 0. Jadson participou 56 vezes da partida, e Ganso acertou 24 dos 29 passes que tentou. Parecia a solução, mas a dupla mais uma vez não teve vida longa.
A alternância entre os dois seguiu até Jadson ser negociado com o Corinthians, no início de 2014, em negociação que levou Alexandre Pato ao São Paulo. Essa transação isolou Ganso como armador titular no elenco tricolor.
Com Kaká, a tendência é que Muricy não abra mão do 4-2-3-1. Inicialmente, o meia emprestado pelo Orlando City deve atuar aberto, no lugar de Ademilson ou Osvaldo, como já fez em muitos bons momentos da carreira. Isso suscita duas questões: se o camisa 8 terá físico para a função e se a equipe terá encaixe com isso.
O posicionamento de Kaká no São Paulo ainda é incerto. O time também tem Alan Kardec, outro reforço badalado que chegou para o segundo semestre. O jogador vem atuando como centroavante enquanto Luis Fabiano está machucado, mas pode ser deslocado para a linha de armadores quando o camisa 9 estiver de volta.
Assim como o posicionamento, a estreia de Kaká no domingo depende de Muricy Ramalho. No entanto, é improvável que ele deixe de ser usado contra o Goiás depois de todo o esforço da diretoria para liberar o atleta.
Emprestado pelo Orlando City até dezembro, o time dos Estados Unidos ficará com a renda do primeiro jogo de Kaká no Morumbi. Por isso, havia um temor de que a presença do meia contra o Goiás diminua o interesse pela partida seguinte, contra o Criciúma, no dia 2 de agosto.
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