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Família acreditava em recuperação de Djalma Santos, diz enteado

Do UOL, em Belo Horizonte

23/07/2013 22h27

Fábio Rodrigues, um dos dois enteados de Djalma Santos, revelou que a família continuava esperançosa na recuperação do ex-jogador, mesmo com o agravamento do estado de saúde no final de semana passado, que o levou de volta à UTI. “Ele piorou no sábado à noite, quando os rins pararam de funcionar. Depois de tratado na UTI, ontem (segunda-feira) os rins voltaram a funcionar, mas aconteceu uma nova infecção pulmonar”, explicou o enteado, ao UOL Esporte.

Nesta terça-feira, Djalma Santos sofreu duas paradas respiratórias, que foram revertidas. “Por volta das 16h30, quando esperávamos para ter notícias, no horário de visita, ele teve uma dessas paradas. Às 19h30, teve uma outra e não resistiu”, contou Fábio, bastante emocionado, sem conter as lágrimas. Segundo ele, desde domingo, Djalma Santos estava sedado.

Fábio Rodrigues informou que o corpo de Djalma Santos será velado na Câmara Municipal de Uberaba, a partir do início da manhã desta quarta-feira. Não há ainda horário previsto para o sepultamento, que ocorrerá também nessa cidade do Triângulo Mineiro.

“Ele era muito querido aqui em Uberaba, cidade que o acolheu”, comentou. Djalma Santos deixa viúva, Esmeralda, e a filha Laura, que mora em São Paulo, mas que acompanhou todo o período de enfermidade do pai, em Uberaba.

RELEMBRE NO TERCEIRO TEMPO A TRAJETÓRIA DE DJALMA SANTOS

 

VEJA UM PERFIL SOBRE A CARREIRA DE DJALMA SANTOS

  • Djalma Santos queria mesmo era ser piloto de avião. Já o pai, soldado da antiga Força Pública paulista, preferia que ele seguisse a carreira militar. Até que um dia, vendo o filho jogar no Internacional (um clube de várzea do bairro paulistano da Parada Inglesa), convenceu-se de que o destino dele era outro. Djalma Santos havia nascido para ser jogador de futebol.

    Djalma chegou a fazer testes no Ypiranga e no Corinthians. Mas os horários dos treinos eram incompatíveis com o do seu trabalho como sapateiro. Só ficou na Portuguesa porque o patrão concordou que ele trabalhasse à noite, para compensar as horas perdidas no clube.

    No início, Djalma era chamado apenas de Santos e jogava na Lusa de centro-médio (o volante dos dias atuais). Em agosto de 1949, porém, o clube contratou outro jogador para a posição, Brandãozinho, da Portuguesa Santista, na maior transação da época. E Djalma Santos passou para a posição em que se consagraria definitivamente, a lateral-direita.

    Foi titular em apenas uma partida na Copa de 1958 - a final, contra os donos da casa, vencida pelo Brasil por 5 a 2 - substituindo De Sordi, que passara mal. O suficiente para ser considerado o melhor jogador da posição. Na Copa seguinte, Djalma Santos se sagraria bicampeão mundial. Jogaria mais uma Copa, a da Inglaterra, em 1966. Pela seleção brasileira, foram 114 apresentações.

    Uma de suas jogadas características era a cobrança dos arremessos laterais com força, para dentro da área, onde havia sempre um companheiro em boa posição para o arremate. Pela Portuguesa, Djalma ganhou os Torneios Rio-São Paulo de 1952 e 1955. Foram 453 jogos entre agosto de 1948 e maio de 1959, quando se transferiu para o Palmeiras.

    No Palmeiras, Djalma Santos também jogou quase dez anos - 491 partidas e dez gols -, ganhando três títulos paulistas. Quando se preparava para encerrar a carreira, recebeu um convite do Atlético Paranaense e não resistiu. Ao lado do zagueiro Bellini (outro bicampeão mundial) e do ex-santista Dorval, levou o clube do quase rebaixamento, no ano anterior, ao vice-campeonato paranaense de 1968.

    Jogou ainda a tempo de ganhar seu último título estadual (1970) pelo rubro-negro, se tornando posteriormente treinador do próprio Atlético. Depois, Djalma Santos se tornou funcionário da Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo de Uberaba, em Minas Gerais, onde coordenou a escolinha de futebol da cidade.