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Rival do Fenômeno, ex-atacante Reinaldinho lidera grupo de pagode e 'sonha' gravar com R49

Ex-atacante atleticano, que se aposentou há cinco anos, lidera o grupo "Pagode do Rei" - Divulgação
Ex-atacante atleticano, que se aposentou há cinco anos, lidera o grupo "Pagode do Rei" Imagem: Divulgação

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

12/07/2012 06h00

Apontado como sucessor de Reinaldo Lima no Atlético-MG, de quem herdou o apelido “rei”, e ‘rival’ de Ronaldo Fenômeno no início da década de 90, o ex-atacante Reinaldo Rosa, de 36 anos, virou pagodeiro. Ele tem um grupo musical, batizado de “Pagode do Rei”, onde toca percussão e é vocalista. Aproveitando a presença no time atleticano de Ronaldinho Gaúcho, Reinaldinho, como ficou mais conhecido, pensa em convidá-lo para gravar uma música com sua banda.

  • Divulgação

    Quando jogador de futebol, Reinaldinho já gostava de tocar samba e o seu grupo virou profissional

“Ele toca samba, é padrinho de um grupo (“Samba pra Gente”), gosta de pagode também, então estou esperando uma oportunidade para quem sabe encontrar o Ronaldo e tentar combinar de escrevermos uma música e gravarmos”, revelou Reinaldinho ao UOL Esporte. Além de ter sido considerado herdeiro de Reinaldo, ele foi comparado com Ronaldo Fenômeno, que mais ou menos na mesma época, aparecia no Cruzeiro.

Com os pés no chão, Reinaldinho, que jogou também no Palmeiras e Cruzeiro, entre outros, avisa que gravar com Gaúcho é um plano para o futuro. “Nem sei se ele vai topar”, justificou. Mas ele espera que esse futuro não seja muito distante, já que o contrato de Ronaldinho Gaúcho com o Atlético-MG é de seis meses.

“Tem de ser antes dele ir embora do Atlético. Tem contrato até o final do ano, mas quem sabe ele não renova e dá mais tempo para acontecer”, observou o líder do “Pagode do Rei”, que encerrou sua carreira de jogador ainda jovem, há cinco anos, quando defendeu o Villa Nova. “Já não tinha mais as mesmas condições e resolvi parar com o futebol, já tinha cansado”, revelou.

Além da parceria na música, o ex-atacante afirma que gostaria de ter tido a oportunidade de atuar ao lado de Ronaldinho Gaúcho. “Seria uma dupla infernal para os marcadores. É um jogador diferenciado, seria uma honra poder jogar com ele, é de qualidade incontestável e ainda poderíamos fazer um barulho nas concentrações”, analisou.

Desde a época de jogador de futebol, na década de 90, Reinaldo Rosa sempre foi adepto do pagode, gostava de puxar as rodas no ônibus antes dos jogos em eventos com os companheiros. Com o lado pagodeiro, o jogador resolveu criar um grupo em 1999, dois anos após ter se aposentado.

  • Fernando Maia/UOL Esporte

    Ronaldinho Gaúcho é co-autor da música "Preste Atenção", gravada com o grupo Samba pra Gente, do qual ele é padrinho. Reinaldinho, ex-jogador atleticano, espera gravar com o craque

“Quando parei de jogar futebol eu juntei amigos que gostavam de tocar comigo e aí montamos o grupo, primeiro para nos divertimos nos finais de semana. Agora, o grupo já vem fazendo shows com regularidade”, explicou Reinaldinho.

Para dar nome ao grupo, o ex-atacante usou o apelido recebido nos tempos de jogador e herdado de Reinaldo José de Lima, que viveu seu auge no final da década de 70 no time que tinha Cerezo, Marcelo e Paulo Isidoro, e criou o “Pagode do Rei”. O grupo conta com seis integrantes, e Reinaldo como mentor, e tocador de tan-tan, realiza shows em bares e casas de festas em Belo Horizonte e também no interior.

“Começou como uma união de amigos e hoje está virando rotina, com shows e viagens, estou vivendo uma grande fase na vida. O Pagode do Rei foi a realização de um projeto que sempre pensei, gostei e está indo muito bem, com meus amigos”, destacou Reinaldinho.

Melhor que o Fenômeno?

Reinaldo Rosa que jogou, além do Atlético-MG, clube que o revelou, no Parma e Verona, ambos da Itália, Palmeiras, Cruzeiro, Botafogo e Portuguesa, entre outros times de menor expressão no Brasil, apareceu jovem no time mineiro e chegou a ser considerado melhor do que Ronaldo Fenômeno, que iniciava sua carreira no rival celeste.

Quando subiu para o profissional do time mineiro, em 1993, Reinaldo tinha 16 anos e em pouco tempo já figurava entre os principais jogadores do Brasil. No ano seguinte, o jogador foi vice-artilheiro do Brasileirão, com 12 gols, atrás de Amoroso (Guarani) e Túlio (Botafogo), com 13.

  • Beto Novaes/Jornal Hoje em Dia/Folhapress

    Reinaldinho foi comparado a Ronaldo Fenômeno (f), que surgiu no Cruzeiro, na mesma época que ele

“Tudo é uma questão de oportunidade e organização. No caso dele (Ronaldo) foi tudo bem preparado. Eu não tive preparação. Ele se deu bem porque ele foi preparado para isso, eu surgi e logo de cara caiu uma responsabilidade, comparações e não estava preparado para isso”, reconheceu Reinaldinho.

Na época de jogador, Reinaldo lembra que chegou a participar da gravação de um clipe da banda Skank, do cruzeirense Samuel Rosa, em 1997, quando defendia, na ocasião, as cores do Cruzeiro. “Foi um jogo contra o Atlético, pelo Estadual de 97, eu e o Alex Mineiro estávamos defendendo o Cruzeiro e esse clássico virou o clipe do Skank no Mineirão”, contou.

No Atlético, o jogador viveu seu melhor momento na carreira. Reinaldinho reconhece que caiu no agrado do torcedor que o comparava ao ídolo Reinaldo Lima. “A torcida do Atlético gostava de mim e cobrava muito do meu futebol. Fui chamado de rei muitas vezes, foi meu auge e sou muito grato ao clube e ao torcedor”, destacou.

Apesar de ter vivido o auge no Atlético-MG, sua principal conquista foi no rival celeste, quando participou como reserva da conquista do título da Libertadores pelo Cruzeiro em 1997. “Eu tive participação, joguei efetivamente muitos jogos, então fiz parte do elenco campeão, foi um título importante na minha carreira”, ressaltou.