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Na primeira Copa sem Maradona, novos 'pibes de oro' decidem para Argentina

Julián Álvarez e Enzo Fernandez comemoram gol da Argentina sobre a Polônia - Clive Brunskill/Getty Images
Julián Álvarez e Enzo Fernandez comemoram gol da Argentina sobre a Polônia Imagem: Clive Brunskill/Getty Images

Colunista do UOL, em São Paulo

14/12/2022 04h00

Classificação e Jogos

A lâmpada está na mãos, e a bola nos pés de Lionel Messi, no alto dos seus 35 anos e de sua quinta (e última) Copa do Mundo. Mas são os jogadores jovens, com menos de 25, que garantem a cota de suor nesta Argentina, garantida na final da Copa do Mundo do Qatar.

A cada partida da seleção argentina, é muito lembrada em Buenos Aires que esta é a primeira Copa sem Diego Armando Maradona, eternamente chamado de "pibe de oro", o "menino de ouro" que encantava o futebol do país ainda garoto.

Nenhum deles é necessariamente garoto, mas todos são desconhecidos do grande público e estreantes em Copas, projetando um ótimo futuro para a seleção vizinha.

Muito se falou da "rapaziada brasileira" e da nova geração espanhola, mas são eles, os "pibes" argentinos, que esperam, na decisão, Marrocos ou França, que se enfrentam hoje (14) às 16h (de Brasília).

No gol, Emiliano "Dibu" Martínez está com 30 anos, mas também disputa sua primeira Copa. São dois jovens na defesa: o lateral direito Nahuel Molina, de 24 anos (joga no Atlético de Madri-ESP), autor de um gol contra a Holanda, e o central Cristian "Cuti" Romero (Tottenham-ING), um dos mais firmes zagueiros da seleção argentina nos últimos tempos, que tem os mesmos 24 anos de Molina.

A dupla foi reforçada na vitória sobre a Croácia por dois jogadores rodados: o lateral esquerdo Tagliafico, de 30 anos, e o xerifão Nicolás Otamendi, de 34, olhado pela Argentina como o melhor zagueiro desta Copa do Mundo.

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Messi e Enzo Fernández marcaram os gols da Argentina sobre o México na Copa do Mundo 2022
Imagem: JUAN MABROMATA / AFP

Pura dinâmica

A proporção de "dois jovens e dois experimentados" se repetiu também no meio-campo contra a Croácia.

Os volantes Leandro Paredes e Rodrigo de Paul, de 28 anos, são estreantes em Copas, mas têm bagagens consideravelmente maiores que as de Enzo Fernández, de 21 anos, e Alexis Mac Allister, de 23.

Enzo e Mac Allister prezam pelo futebol moderno e combativo. Desarmam, criam jogadas e correm o campo todo —os dois já marcaram gols na campanha e são o que os argentinos chamam de "volantes dinâmicos".

Ambos mantêm uma afinidade com o futebol local que ainda comove a Argentina.

Fernández atua no Benfica-POR, mas aos olhos do torcedor segue com a camisa do River Plate, que defendeu até a metade do ano. Mac Allister está no Brighton, da Inglaterra, mas passou pelo Boca Juniors em 2019.

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Julián Álvarez é o mais novo a marcar duas vezes em uma semifinal de Copa do Mundo, desde Pelé
Imagem: Getty Images

Julián Álvarez, o novo Kempes

No ataque, ao lado de Messi, está aquele que foi comparado ao "Matador" Mario Kempes, herói do título argentino na Copa do Mundo de 1978.

Estrela da seleção e autor de dois gols contra a Croácia, o atacante Julián Álvarez tem apenas 22 anos e atinge, com a azul e branca, uma condição que não havia alcançado nem pelo River (que também deixou na metade do ano) e nem no Manchester City, onde é um recém-chegado.

Os "pibes" marcaram presença também entre os reservas.

Contra a Croácia, entrou também um trio de 24 anos, com o lateral Juan Foyth (do Villarreal-ESP), o volante Exequiel Palacios (Bayer Leverkusen-ALE) e o zagueiro Lisandro Martínez (Manchester United-ING).

A eficiência da garotada foi tamanha que a Argentina nem precisou colocar em campo Ángel di Maria e Lautaro Martínez, que não estavam em plenas condições físicas e puderam ser preservados para a sexta final da Argentina na história, igualando a marca do Brasil, o maior campeão de Mundiais, com cinco conquistas.

A azul e branca tentará no domingo a sua terceira estrela. E no banco de reservas, outro "pibe": o técnico Lionel Scaloni, de 44 anos, o caçula entre todos os treinadores deste Mundial.