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Arnaldo Cezar diz que Fifa 'botou Wilton no fogo' e comenta chance em final

Arnaldo Cezar Coelho, em entrevista ao programa "Bem Amigos!", do SporTV - Reprodução / SporTV
Arnaldo Cezar Coelho, em entrevista ao programa "Bem Amigos!", do SporTV Imagem: Reprodução / SporTV

Do UOL, em São Paulo (SP)

12/12/2022 13h36Atualizada em 12/12/2022 13h36

Classificação e Jogos

Arnaldo Cezar Coelho, ex-árbitro com sete participações em Copas do Mundo (quatro como árbitro principal e três como auxiliar), saiu em defesa de Wilton Pereira Sampaio, um dos representantes da arbitragem brasileira no Mundial do Qatar, após as críticas que ele tem recebido por sua atuação na partida entre Inglaterra x França, nas quartas de final.

"O jogo do Wilton [Inglaterra x França] foi muito difícil. Bem diferente do jogo que eu fiz entre europeus na Copa de 1982, quando apitei Inglaterra x Alemanha. Não era um mata-mata, mata-mata tem uma pressão muito grande. A comissão errou redondamente em ter escalado ele, e ninguém falou nada. Botaram ele lá, se vai mal o sacrificam e mandam para casa", afirmou Arnaldo em entrevista ao UOL Esporte.

"Uma vez, eu fui em uma formatura de árbitros na Argentina, e o chefe daquele dia disse: 'estamos formando aqui 190 preservativos'. Aquilo me deixou surpreso, mas é isso que fazem com os árbitros. A Fifa está fazendo isso", acrescentou.

Wilton já apitou quatro jogos nesta Copa, dois na fase de grupos e outros dois no mata-mata: Senegal 0 x 2 Holanda, Polônia 2 x 0 Arábia Saudita, Holanda 3 x 1 Estados Unidos e Inglaterra 1 x 2 França.

Será que dá final?

Sua trajetória é similar à de Néstor Pitana, argentino que foi o árbitro da final da Copa-2018 entre Croácia x França. Ele também atuou em quatro jogos antes de chegar à decisão.

Na avaliação de Arnaldo, Wilton faz uma Copa correta. Três dos quatro jogos apitados por ele foram bons, com exceção de Inglaterra x França. Porém, o ex-comentarista de arbitragem acredita que as chances do goiano apitar a final são remotas.

O Wilton foi bem nos primeiros três jogos que apitou. No quarto, ele teve mais dificuldade porque errou na forma de aplicar os critérios. Ele escolheu deixar jogar, mas tem que deixar jogar quando os jogadores querem jogar. Ao não apitar pequenas faltas que são marcadas no futebol brasileiro, ele deixou de apitar faltas duras que realmente aconteceram. Ele correu muito o jogo todo, mas não se colocou em boas posições. A chance do brasileiro apitar a final é muito remota. Botaram ele no fogo, foi infeliz e o jogo não ajudou. Foi uma péssima escolha da comissão de arbitragem, o árbitro deveria ser preservado". Arnaldo Cezar Coelho

Polêmica com arbitragem argentina

A Fifa escolheu Facundo Tello, árbitro argentino, para apitar a partida das quartas de final entre Marrocos x Portugal. A seleção africana venceu por 1 a 0, e após a derrota o experiente zagueiro Pepe criticou a atuação do juiz: "Dos oito a nove árbitros aqui do jogo, cinco eram argentinos. Posso estar errado, mas tenho muita experiência nisso. Posso dizer que eles vão dar o título para a Argentina".

Arnaldo concorda que um argentino não deveria apitar a partida de Portugal, já que essa seleção poderia enfrentar a Argentina em uma eventual final. No entanto, ele diz que a culpa não é do árbitro, e voltou a disparar contra a comissão de arbitragem da Fifa, que está "perdida".

"A comissão de arbitragem da Fifa está completamente perdida e sem bom senso. As escalações das quartas de final foram muito mal feitas. Não se pode por um juiz argentino para apitar Portugal x Marrocos quando a Argentina pode enfrentar Portugal em uma possível final, o árbitro entra com uma pressão psicológica muito grande, a mesma coisa vale para o árbitro brasileiro [Wilton Pereira Sampaio]", disse.

"O argentino [Facundo Tello] foi um desastre, qualquer coisas que ele apitasse iam falar da Argentina, depois do jogo o Pepe falou que vão dar a Copa para a Argentina, a desculpa já estava pronta. Cadê os tantos árbitros que eles levaram para o Qatar? Estão no deserto passeando? A Fifa os levou para agradar as Federações, não para atuarem", concluiu.