Cleberson, beijoqueiro e desbravador, aprova Austrália só para veteranos
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Cleberson Souza Santos está marcado no futebol por duas situações de ineditismo. Na final do campeonato carioca de 2007, entre Cabofriense (seu time) e Botafogo, após uma falta dura e antes de levar o amarelo, presenteou o árbitro Ubiraci Damásio com um beijo na bochecha. E é o primeiro brasileiro a ser treinador na Austrália.
Um desbravador. Chegou à Nova Zelândia em 2007, para defender o Wellington Phoenix, que disputa o campeonato australiano. Era a fase final de uma carreira com passagens pelo São Paulo (aspirantes), Botafogo e PSV, onde conheceu Vampeta e Romário.
Ao chegar à Austrália, logo percebeu que sua vida iria mudar. Mal havia chegado, foi a um bar jogar sinuca. Conheceu Sophia. Foram a um bar latino e estão casados até hoje. "E eu ia perder um lourão daqueles"?
Jogou até 2011 e passou a investir em cafeterias. Vive em Brisbane, onde dirige o Redland, da Segunda Divisão, desde 2017. "O campeonato tem oito times de toda a Austrália, mas para chegar nele, o time precisa ser o campeão da sua região. Então, tem jogo o ano inteiro, ao contrário da A-League, que é a Primeira Divisão".
Para Cleberson, é melhor jogar a Segunda Divisão do que a primeira. "Na Austrália, os jogadores principais, os melhores ganham no máximo R$ 100 mil por mês. Mas é pouca gente, 98% ganha muito pouco. Na Série B, ganha menos, pagam por jogo, os melhores faturam dez mil reais. Mas como jogam o ano inteiro, acaba valendo a pena".
Com tantas dificuldades, só recomenda o futebol australiano para jogadores em final de carreira. "Na Premiere League, que é a segunda divisão, é muito amador. Os times treinam duas vezes por semana e todo mundo tem outro emprego. Na A-League, sempre prometem melhoras, mas não acontecem. O futebol é o sexto esporte, não tem força nenhuma."
A A-League é estruturada como as franquias da NBA. São dez times e o campeonato não tem acesso ou descenso. "Tudo é negócio, não tem paixão nenhuma. Quem gosta de futebol por aqui, acompanha os jogos da Inglaterra."
Quem quiser participar da A-League precisa comprar uma franquia. E mostrar estrutura forte para se garantir por dez anos. "É bem estruturado, mas não vinga. Ninguém compra uma camisa de seu time. De vez em quando, eles contratam alguns jogadores por um período pequeno para atrair mídia. Vieram Romário, Juninho Paulista e Amaral. Ganham um dinheirão por pouco tempo e depois que vão embora tudo volta ao normal".
Cleberson vai ao Brasil todo ano. Passa três meses com a família e amigos como Vampeta e Romário. E volta para a vida tranquila da Austrália, com seu café, seu time, seus dois filhos e seu lourão. "Tá bom demais".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.