Juca Kfouri

Juca Kfouri

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Leverkusen é um milagre como poucos

Ah, este maravilhoso jogo chamado futebol.

O Leverkusen amassava a Roma no jogo de volta das semifinais da Liga Europa.

Bola na trave, grandes defesas do sérvio Svilar, domínio absoluto dos alemães, sem fazerem nem sequer uma falta até o 40° minuto de jogo. Um verdadeiro show de bola dos campeões da Bundesliga.

Aí, exatamente aos 40, sem bola, o iraniano Azmoun, emprestado pelo Leverkusen à Roma, foi agarrado na área pelo capitão alemão Jonathan Tah e o pênalti marcado para o argentino Paredes fazer 1 a 0.

A Roma entrou no vestiário para o intervalo ainda perdendo o confronto por 2 a 1 no placar agregado, mas quebrava a invencibilidade do adversário na temporada.

Mais um gol italiano levaria o jogo à prorrogação, embora a perspectiva fosse de empate e até virada dos anfitriões.

Na frente, atrás ou igual no placar, nada altera o modo Xabi Alonso de jogo e o Leverkusen voltou para o segundo tempo sem ansiedade, bola de pé em pé, torniquete para asfixiar os italianos.

Que, é claro, não se contentavam em quebrar a histórica invencibilidade do rival de 48 jogos, com 40 vitórias, e queriam mais, queriam fazer história e chegar à decisão para surpreender a Europa, a Itália e até Roma.

O 1 a 0 mantinha o Bayer Leverkusen na final, contra a Atalanta, mas manter a invencibilidade parecia tão importante como, porque não se via nenhuma preocupação especial em apenas defender a vantagem.

Continua após a publicidade

Camisa mais pesada, três vezes campeã italiana, a última em 2001, a Roma respondia porque não tem taça alguma da importância da Liga Europa.

Aos 62, novo pênalti, mão na bola do tcheco Hlozek, e novamente Paredes converte: 2 a 0.

Outra vez, também, não apenas na primeira falta do BL no segundo tempo, mas na primeira falta do segundo tempo.

Tratava-se, agora, para o BL mais que a manutenção da série invicta, mas garantir a vaga na decisão, depois de fazer dois pênaltis absolutamente desnecessários.

E o previsível ataque contra defesa abriria espaços para contra-ataques que poderiam levar ao terceiro gol.

Virou drama, embora o BL tenha virado placares impossíveis em 2024.

Continua após a publicidade

Estranhamente, Xabi Alonso mantinha o craque do time, Florian Wirtz, no banco.

Quando o embate chegou aos 80 minutos, o silêncio no estádio sinalizava a apreensão da torcida local.

E Wirtz entrou em campo.

Aos 82, gol do BL! Gol contra!

Cobranca de escanteio pela direita do espanhol Grimaldo, o goleiro Svilar falha e a bola bate no capitão italiano Mancini: 2 a 1.

A luta por mais um gol tinha dois significados: manter a invencibilidade de um lado, garantir a prorrogação do outro.

Continua após a publicidade

O Leverkusen desperdiçou duas enormes oportunidades nos acréscimos para bater o recorde europeu de jogos sem derrotas, chegar ao 49º, e superar o Benfica.

Mas, aos 97, empatou, com o croata Stanisic, em chute cruzado, indefensável: 2 a 2!

Nunca se viu nada igual no futebol europeu.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

Só para assinantes