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Agora é elite: como o Paraná se prepara para o ano no duelo com Atlético-PR

Alemão e Renatinho: um ficou, o outro foi para o Botafogo - Jason Silva/AGIF
Alemão e Renatinho: um ficou, o outro foi para o Botafogo Imagem: Jason Silva/AGIF

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

23/01/2018 11h54

Era um domingo, 23 de setembro de 2007, quando o Paraná Clube visitou o Atlético Paranaense na Arena da Baixada e perdeu, 2 a 1, pelo Brasileirão da Série A. Foi o último duelo entre ambos como clubes de elite. Nesta quarta-feira, 20h na Vila Capanema, o Tricolor receberá o Furacão após quase 11 anos novamente nessa condição.

O jogo é um símbolo para o Paraná. É o primeiro duelo nesse novo status, recuperado, ainda que pelo Paranaense – um campeonato que é qualificado como secundário pelo clube, mas também pode servir para mostrar ao mercado que o clube voltou bem.

“Somos a 20ª opção, dos agentes, dos atletas... todos vêem o Paraná como candidato ao rebaixamento e nós temos que lutar contra isso. A única forma que temos é montar um time forte fisicamente, preparado, e conseguir resultados que mostrem o trabalho”, comentou Rodrigo Pastana, diretor de futebol do clube e um dos principais artífices da volta, “Não vamos esconder que não é nossa principal meta, que é se manter na A, mas nós temos que pensar nesse primeiro semestre. E aí, como te reportei antes, para o que a gente quer pro Brasileiro, faz parte a conquista de um título. Seria muito bacana, depois de 12 anos, o Paraná Clube ser campeão”, continuou, falando do tabu de 12 anos sem conquista estadual.

O clube perdeu oito jogadores e o técnico Matheus Costa e teve que recomeçar. “Nós sabíamos que íamos ter dificuldades para manter a equipe do acesso. Também sabíamos que não eram os 8 atletas que tinham qualidade para uma série A. Estamos tentando minimizar as saídas do Brock, do Maidana e do Renatinho com outros, como o Alex Santana, a manutenção do Richard, do Neris, que jogou Série A pelo Sport, e estamos à procura, no mercado, não é fácil. A desconfiança é normal, mas é mostrando o trabalho que vamos combater”, disse Pastana.

A estrutura foi mexida: “Contratamos outros profissionais, um fisiologista que era da Seleção de Basquete, arrumamos o CT, mostramos aos agentes que o projeto é sólido”, contou o dirigente. Um deles é Marcos Vinícius Beck, que trabalhou com Pastana no Guarani e passará a fazer um trabalho de integração com as categorias de base.

Duelo com rival projeta ano na elite

O primeiro jogo marcará um reencontro entre as camisas, mas não entre os elencos. O Atlético estará em campo com seu time de “aspirantes”, um elenco de profissionais em recuperação ou em teste pelo clube e jovens revelações. Ainda assim, é visto como um marco por Pastana.

“Importante, por que independente do Atlético estar com o Sub-23, que não é tem uma equipe intermediária, é ganhar do rival e isso é sempre importante”, que já vislumbra um ano sem respiro na tabela: “É um ano difícil, a gente sabe, até pela diferença de orçamento entre nós e os outros 18, considerando que o América-MG tenha um orçamento igual, mas todos têm maior orçamento.”

Mudanças no Estadual agradaram

Pastana também falou sobre a mudança no regulamento do Paranaense, aprovando a nova fórmula. “Nós copiamos a do Carioca e claro que ele ficou mais charmoso. Londrina, Atlético, Coritiba e mais Maringá e Cianorte, esses times vão lutar pelo título, duvido que não, se chegarem nas finais. No que diz respeito à formula, foi muito mais justa, acertada, e torna o campeonato mais atraente.”

O Paraná fará os dois clássicos garantidos pela tabela em sua casa. O que poderia ser comemorado, foi visto sob outro ângulo. “Eu não sei se é uma vantagem, por que a pressão de ganhar o clássico em casa é muito maior. Se você joga tem fatores negativos, como jogar no campo ruim, calor insuportável... não vejo tanta vantagem. Você tem mais facilidade de ganhar do time do interior em casa e fazer os clássicos com um pouco de pressão no campo de adversário. O Couto Pereira me parece um pouco mais neutro e na Arena da Baixada, que é um caixote, a torcida do Atlético não tem comparecido. Talvez fosse uma vantagem.”