Bem antes das mordidas, divórcio dos pais e álcool quase afundaram Suárez
Hoje ele vale mais de R$ 200 milhões e é um dos grandes (senão o maior) personagem antes do clássico entre Barcelona e Real Madrid, neste sábado. Mas Luis Suárez chegou perto de abandonar o futebol duas vezes e se render às más influências, ao álcool e à noite de Montevidéu. O lado difícil da vida do uruguaio aconteceu bem antes de qualquer mordida.
Aos nove anos, logo depois que a família se mudou para Montevidéu, Suárez viu o pai, Rodolfo, abandonar todo mundo. Restaram na casa sua mãe, Sandra, a avó e seis filhos. O atacante, que já jogava futebol em um time pequeno, passou a deixar a bola de lado e se dedicou a ganhar um pouco de dinheiro da forma que podia.
Ele foi gari, ajudando a varrer ruas, e trabalhou como flanelinha, cuidando de carros estacionados e também lavando veículos. Parte do dinheiro ele dava para sua mãe, ajudando nas contas de casa. Outra parte ele gastava com amigos e bebida, segundo relatos de jornais espanhóis e uruguaios.
“Havia pessoas ao meu redor que eram má influência”, disse Suárez ao Eurosport. Estudos e futebol foram perdendo espaço em sua vida até que, aos 15, ele conheceu Sofía Balbi, então com 13 anos. Apaixonaram-se e começaram a namorar. Tudo se encaixava na vida do uruguaio quando, meses depois, Sofía mudou-se com os pais para Barcelona.
Sobrou de novo para o futebol. Suárez passou a faltar nos treinos e na escola. Um técnico da categoria de base do Nacional precisou dar uma dura para despertá-lo. “Ou você começa a treinar e a arrumar sua vida ou é irá embora daqui”, ameaçou Ricardo Perdomo.
Sofía também fez sua parte. De Barcelona, enviava dezenas de e-mails para convencer Suárez a dar um rumo em sua vida para que ele pudesse visitá-la em Barcelona. Os apelos funcionaram, e ele decidiu que o futebol era o melhor caminho para ter Sofía por perto novamente.
Três anos depois, o uruguaio foi vendido para o modesto Groningen, da Holanda, por 800 mil euros. Mas ainda faltava ter Sofía por perto. Ele só conseguiu convencer os sogros que a deixassem viver com ele depois de sua transferência para o Ajax, já valendo mais de R$ 20 milhões. O resto é história: mordidas, Liverpool, Uruguai, Copa do Mundo e Barcelona. A mesma Barcelona que quase o tirou do futebol hoje o aguarda ansiosamente.
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