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Superclássico? Boca e River abrem semi da Sul-Americana com pouco futebol

Do UOL, em São Paulo

20/11/2014 23h42

Boca Juniors e River Plate não possuem elencos que orgulham seus torcedores como nos principais tempos de glórias de cada um dos dois maiores times da Argentina. Mas, quando se trata de um Superclássico, como é chamado o confronto, o torcedor costuma esperar grandes jogos. Infelizmente para eles, na noite desta quinta-feira, isso não ocorreu: com muita vontade e pouca bola, Boca e River abriram a semifinal da Copa Sul-Americana com um chato 0 a 0.

Foram mais de 45 minutos de bola parada no total. O placar sem gols, então, é facilmente explicado. O Boca perdeu a chance de aproveitar o fator torcida no caldeirão da Bombonera para sair na frente na semi; já o River terá seu campo para decidir a vaga e buscar um título continental que não conquista desde 1997 (Supercopa).

O jogo de volta será na próxima quinta (dia 27), às 21h45. O vencedor terá pela frente Atlético Nacional ou São Paulo - no jogo de ida, a equipe colombiana ganhou por 1 a 0 (o duelo de volta será na quarta que vem).

Fases do jogo

A primeira etapa foi monótona. Não aconteceram chutes perigosos, jogadas de habilidade ou defesas importantes dos goleiros. Só quem gosta de futebol brigado pode ter curtido os primeiros 45 minutos do jogo em La Bombonera. Até porque o único momento de alguma emoção foi uma briga entre jogadores das duas equipes após falta dura de Ponzio, do River, logo separada pela arbitragem.

No segundo tempo o jogo abriu. Antes dos 15 minutos, Barovero, goleiro do River, já havia feito mais defesas que em toda a primeira etapa, por mais que tranquilas; do outro lado Teo Gutiérrez arriscou de letra, mas errou. Aos poucos, porém, o ritmo voltou a ser ditado mais por pancadas do que por ímpeto ofensivo - tanto que nove cartões foram distribuídos. Assim, as chances de gol se tornaram escassas - e a bola mais ficou parada do que rolando. Esperança de que, na volta, ambos busquem o resultado, para que o clássico, enfim, mereça o apelido de "super" novamente.

O melhor: Barovero
Não que o goleiro do River seja seguro - assustou sua torcida em um cruzamento na área no qual furou a bola. Mas quando a bola chegou na direção do gol ele estava lá para garantir. Em um jogo sem muitas emoções, foi o suficiente para se destacar.

O pior: Teófilo Gutiérrez
O colombiano foi o único jogador em campo a atuar na última Copa do Mundo (Orión, goleiro do Boca, ficou apenas no banco da seleção argentina). Credencial que o coloca como o melhor jogador em dois times bastante enfraquecidos, certo? Ficou só na teoria. Apesar da tentativa de letra, Gutiérrez mais apareceu por reclamar com a arbitragem do que por ajudar na criação de ataques do River Plate.

Para lembrar
Com o 0 a 0, o Boca se classifica em caso de qualquer empate com gols no Monumental de Nuñez; novo 0 a 0 leva o jogo para os pênaltis; o River depende de uma vitória para avançar no tempo normal.

As arquibancadas de La Bombonera estavam ocupadas apenas por torcedores do Boca. No jogo de volta, no Monumental de Nuñez, o contrário ocorrerá.

Há exatamente dez anos, Boca e River fizeram semifinal de competição continental, mas uma mais importante que a Sul-Americana: pela semi da Libertadores-2004, o Boca venceu o jogo de ida em casa por 1 a 0, perdeu de 2 a 1 a volta, mas se classificou nos pênaltis (seria vice para o Once Caldas).

BOCA JUNIORS 0 x 0 RIVER PLATE

Copa Sul-Americana, semifinal (ida)
Data e horário:
20/11/2014, às 21h45 (de Brasília)
Local: Estádio La Bombonera, em Buenos Aires-ARG
Árbitro: Silvio Trucco (ARG)
Assistentes: Juan Pablo Belatti (ARG) e Gustavo Rossido (ARG)
Cartões amarelos: Vangioni, Ponzio, Funes Mori, Sánchez, Teófilo Gutiérrez, Maidana e Mercado (River); Díaz e Gago (Boca)

BOCA JUNIORS: Orión; Marín, Forlín, Díaz e Colazo; Meli, Erbes e Gago; Martínez (Fuenzalida, aos 30 min. do 1°t), Calleri (Gigliotti, aos 26 min. do 2°t) e Chávez
Técnico: Rodolfo Arruabarrena

RIVER PLATE: Barovero; Mercado, Maidana (Pezzella, aos 30 min. do 2°t), Funes Mori e Vangioni; Sánchez, Ponzio, Rojas e Pisculichi (Solari, aos 39 min. do 2°t); Simeone (Boyé, aos 18 min. do 2°t) e Teófilo Gutiérrez
Técnico: Marcelo Gallardo