"Dá vontade de parar de trabalhar no Brasil", diz Paulo Autuori
Depois de perder por 1 a 0 para o Atlético-MG com um pênalti polêmico, o técnico do Atlético-PR, Paulo Autuori, disse que tem vontade de deixar o futebol brasileiro em entrevista coletiva após a partida realizada no estádio Independência, em Belo Horizonte, em jogo válido pela 21ª rodada do Brasileiro.
Autuori também criticou um radialista de Curitiba que teria dito que o meia Marcos Guilherme seria o pivô de uma crise no clube. O técnico até citou uma frase do filósofo italiano Umberto Eco para reclamar do profissional, mas não citou o nome dele.
"A gente fica iludido com a medalha de ouro. Foi bom ter ganho, mas o futebol brasileiro continua aí. As pessoas falando besteiras e os árbitros fazendo o que querem. Tivemos chances e devemos lamentar porque num lance patético, perdemos a partida. Eu já não tinha entendido na hora, vi o lance depois da TV e continuo não entendendo. Além disto, um cara de uma rádio ofendeu o nosso jogador [Marcos Guilherme]. Acha que sabe de tudo. Umberto Eco disse que a internet deu voz para estúpidos. Infelizmente, os veículos de comunicação também. As pessoas têm o direito de dar opinião, mas não de ofender. Dá vontade de parar de trabalhar no Brasil", disse o treinador.
Além destas reclamações, Autuori também criticou um radialista de Minas. Segundo o comentarista, houve a penalidade no lance que deu a vitória para o Atlético-MG. "Eu já falei da minha classe. Falei dos técnicos. Vocês [jornalistas] precisam falar dos seus companheiros também. Faltam pessoas de coragem no futebol. Como um cara consegue dizer que o juiz acertou num lance destes? Tem que ter discernimento".
Apesar das muitas críticas, o treinador elogiou a sua equipe. "Taticamente estamos muito bem. Tenho certeza que podemos fazer um grande segundo turno, se deixarem. Os juízes têm vontade de dar pênalti para alguns times e para outros não. Só houve um pênalti para nós no campeonato inteiro. Na Série B, a gente vê o líder com pênaltis em quase todos os jogos. Temos que ser críticos a nós também, mas hoje um empate seria o resultado mais justo pelo que produzimos. Saio daqui com muita bronca para não dizer outra coisa porque não posso", continuou.
Marcos Guilherme
Apontado como o possível pivô de uma crise no clube, o meia Marcos Guilherme disse a um radialista (não identificado) que ele foi irresponsável ao citá-lo desta forma. "Eu dou entrevistas com toda a tranquilidade, mas estou muito triste com estas mentiras ditas no ar. Tenho só 21 anos, mas tenho minhas responsabilidades. Não sou mais nenhum menino. As mentiras afetam a mim e a minha família. O que a torcida vai pensar? Você foi irresponsável".
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