Topo

Em entrevista ao UOL, Eli Manning fala do estrelato na NFL

Rodrigo Farah<br/> Em São Paulo

19/11/2008 08h01

Filho mais novo de uma tradicional família do futebol americano, Eli Manning sempre viveu à sombra do irmão Peyton. Até mesmo nos "rachões" com amigos na infância, Eli tinha uma função secundária ao lado dos parentes. Seu papel de coadjuvante, no entanto, foi encerrado na última temporada da NFL, quando o quarterback liderou o New York Giants a uma campanha impressionante nos playoffs e, conseqüentemente, ao triunfo no Superbowl, decisão da liga.

ELI MANNING LEVA GIANTS AO TÍTULO
RODADA TEM EMPATE RARO
Longe de estar entre os favoritos, o time nova-iorquino obteve vitórias emocionantes fora de casa sobre o Dallas Cowboys e o Green Bay Packers. Mas o grande momento da equipe veio na final contra o New England Patriots, que ostentava uma campanha perfeita até então, com 18 vitórias e nenhuma derrota. O triunfo nasceu a pouco mais de um minuto do fim, quando Eli Manning liderou uma ótima campanha ofensiva do time à vitória por 17 a 14. E neste domingo o quarterback retorna justamente ao palco de seu maior momento, Universidade de Phoenix, onde os Giants enfrentam o Arizona Cardinals.

Pela primeira vez entre os favoritos à conquista do título, o atleta mantém a boa fase nesta temporada. Até o momento, o time de Nova York soma nove vitórias e uma derrota, na liderança da Conferência Nacional. "Sabemos que precisamos manter a determinação, a ética no trabalho e ter certeza que estamos nos preparando da melhor forma para cada jogo", destacou o jogador.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Eli Manning comentou a relação com os familiares e como decidiu a jogada que rendeu o terceiro título do Superbowl em fevereiro deste ano. O quarterback ainda revelou sua simpatia pelo Chelsea, de Felipão, e elogiou o aumento da popularidade da NFL fora dos Estados Unidos.

AP
Eli Manning foi eleito o MVP do Superbowl depois de levar os Giants ao título no fim
EFE
Jogador retorna neste domingo ao palco de sua maior glória, mas agora como estrela
NOTÍCIAS DE FUTEBOL AMERICANO
ENTENDA TUDO SOBRE A MODALIDADE
VEJA OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
A FÍSICA DO FUTEBOL AMERICANO
SAIBA COMO FUNCIONA O FIRST-DOWN
Confira a entrevista completa:

UOL Esporte: Os Giants realizam uma grande temporada, na liderança da Conferência Nacional. Como é estar entre os favoritos para ganhar o Superbowl desta vez?
Eli:
Nós ainda temos muitos jogos pela frente e é cedo para fazer qualquer projeção. Sabemos que precisamos manter a determinação, a ética no trabalho e ter certeza que estamos nos preparando da melhor forma para cada jogo. Precisamos jogar bem, ganhar todos os jogos possíveis, nos classificarmos para os playoffs e só então pensar em objetivos maiores.

UOL Esporte: No ano passado, vocês tiveram uma das melhores campanhas da história dos playoffs, vencendo fora de casa o Dallas Cowboys, o Green Bay Packers e o New England Patriots na decisão. O que levou o time, longe de estar entre os favoritos, a uma campanha assim na fase decisiva?
Eli:
Existem várias "grandes jogadas" e vários "grandes momentos". Contra o Dallas, por exemplo, estávamos perdendo e conseguimos um touchdown a 47 segundos do intervalo, que nos colocou de volta à partida. Antes dessa jogada, eles carregaram a bola por dez minutos e não nos deixaram jogar. Também lembro com carinho do field goal no fim da partida contra o Green Bay. E é claro daquele duelo emocionante no Superbowl. Mas o principal é que jogamos como um time. Nossa primeira idéia sempre foi a de trabalharmos juntos para manter todos sempre animados.

UOL Esporte: No Superbowl do ano passado, vocês conseguiram a vitória de maneira emocionante no último minuto. Como você decidiu aquele passe para o Tyree e por que optou por uma jogada tão arriscada?
Eli:
As pessoas me perguntam como eu saí daquela blitz e eu realmente não sei. Só senti os adversários me puxando para baixo. Percebi que eles estavam me segurando, mas nenhum conseguiu me jogar no chão. Foi aí que vi David (Tyree) no meio do campo. Acredito que dei uma boa chance para ele completar a recepção, mas o que ele fez foi incrível. Os méritos vão para ele, que segurou a bola com uma mão e o capacete. Foi um grande esforço individual da sua parte, então ele merece os créditos pela jogada.

O sucesso da família Manning no futebol americano começou com o pai de Eli, Archie. Ele foi um quarterback de sucesso nos anos 70 e 80, depois de defender o New Orleans Saints, o Houston Oilers e o Minnesota Vikings.

Seu herdeiro mais velho, Cooper, atuou como receiver, sem maior destaque. Já o filho do meio segue como o principal nome da família Manning no futebol americano.

Peyton, considerado um dos maiores jogadores da história, é dono de inúmeros recordes na NFL

O quarterback também foi campeão em 2007 pelo Indianápolis Colts. Quando Eli conquistou o Superbowl em fevereiro deste ano, Peyton ainda vibrou com euforia nas tribunas do estádio.
FAMÍLIA DE SUCESSO NA NFL
UOL Esporte: O sucesso da família Manning na NFL começou com o seu pai e passou para você e seus irmãos. Como começou esse interesse pelo esporte na sua família e quando você decidiu que seria um quarterback?
Eli:
Sendo o mais jovem de três meninos, sempre jogava em outras posições com o Cooper e o Peyton. Quando eles traziam os amigos para jogar, eu sempre ficava protegendo meus irmãos no jogo e nunca recebia a bola para mim. Quando fiquei mais velho, passei a treinar mais para ser um quarterback. Nos tempos que era mais jovem, sempre tive mais habilidade para os lançamentos e acabou dando tudo certo com o tempo.

UOL Esporte: Como você enxerga o aumento da popularidade da NFL fora dos Estados Unidos? Você acredita que a liga deveria aceitar a entrada de mais jogadores estrangeiros?
Eli:
É muito bom para a NFL sempre buscar fãs internacionais. No ano passado joguei minha primeira partida fora dos Estados Unidos, em Londres, e foi muito bom. Atuamos contra o Miami Dolphins e fomos muito bem recebidos. Deu para perceber como a liga é bem conhecida no exterior. Mas na verdade, a NFL possui alguns dos melhores atletas do mundo e os times sempre acharão os jogadores certos, sem importar de onde eles são.

UOL Esporte: A NFL está aumentando sua popularidade também no Brasil, mas aqui o principal esporte é o futebol. Você já jogou futebol alguma vez? Torce para algum time ou jogador em especial?
Eli:
Nós jogamos em Londres na temporada passada e treinamos no campo do Chelsea. Para falar a verdade, eu não sigo o futebol, mas simpatizo pelo time desde que nos receberam muito bem quando chegamos em Londres.

UOL Esporte: Você tem alguma mensagem para os seus fãs no Brasil?
Eli:
Obrigado pelo apoio aos Giants e a mim. Dá-lhe Azulão [apelido do time nos EUA].