Cinco figuraças de Sochi mostram que Olimpíada pode receber qualquer mortal
Olimpíada de Inverno costuma ser aquela coisa que a gente vê pela televisão, com modalidades distantes da realidade brasileira. No entanto, cinco histórias de atletas que se aventuraram nos Jogos de Sochi mostram que participar do evento pode não ser assim uma coisa de outro mundo.
Você não precisar nascer na Noruega e brincar com neve no quintal de casa, mostram os atletas da seleção a seguir.
Durante a cobertura in loco do UOL Esporte, contamos casos de gente que desafiou a improbabilidade para virar um atleta olímpico de esportes de inverno. Nascer na Escandinávia e saber esquiar é fácil. Difícil é chegar até a neve vindo de paraísos ensolarados como Tonga e Jamaica. Confira a lista abaixo:
O SONHO GELADO DE UMA PRINCESA DE ILHA PARADISÍACA
Bruno Banani (Tonga), 26 anos – atleta do luge
A aventura de Tonga na Olimpíada de Inverno começou com um desejo da princesa Salote Mafile'o Pilolevu Tuita, que queria ver o país no evento. Uma seletiva então descobriu Bruno Banani, ex-jogador de rúgbi, filho de um fazendeiro plantador de mandiocas. O rapaz conseguiu treinar na Alemanha depois de uma polêmica troca de nome – usou a alcunha de uma marca de roupas local para conseguir um patrocínio (de Fuahea Semi virou Bruno Banani). Mesmo com críticas do Comitê Olímpico, conseguiu a vaga para Sochi no luge. Na Rússia, o filho da pequena ilha do Pacífico foi o 32º de 39 competidores, deixando até um norueguês para trás.
UM CAPRICHO DE UMA ESTRELA DA MÚSICA
Vanessa “Vanakorn” Mae (Tailândia), 35 anos – atleta do esqui alpino
Uma montanha de neve não é um palco de um concerto. Este foi o aprendizado da tailandesa Vanessa Mae em Sochi [a britânica competiu com o sobrenome Vanakorn, do pai, para poder se classificar pela Tailândia]. Acostumada com o protagonismo no mundo da música, em que já vendeu mais de 10 milhões de discos como violinista, a dublê de atleta foi a última colocada na prova do esqui Slalom Gigante da Olimpíada (entre as que completaram a prova, em 67º). Em pista, Vanessa cometeu falhas consideradas infantis, errou o percurso, consertou o trajeto e no final levou tudo na brincadeira na hora das entrevistas.
UM FANFARRÃO QUE ESQUIA VESTIDO DE MARIACHI
Príncipe Hubertus von Hohenlohe (México), 55 anos - atleta do esqui alpino
Lá vem um homem descendo a montanha vestido de... mariachi! Sim, o excêntrico Hubertus von Hohenlohe competiu no slalom com um traje que remete ao folclore de seu país [em 2010 já havia usado roupa de pistoleiro]. Tudo em homenagem aos países exóticos da Olímpiada, diz o atleta quase sessentão. “Todos queriam comprar meu traje, os canadenses e outros”, afirmou após competir. Descendente de uma família nobre da Alemanha, o mexicano fundou a federação de neve de seu país em nome do sonho de estar em uma Olimpíada. Em Sochi, completou sua sexta participação.
O HOBBY NA NEVE DO CORRETOR DA BOLSA
Antonio José Pardo Andretta (Venezuela), 43 anos - atleta do esqui alpino
Antes dos Jogos, o venezuelano enfrentou uma confusão daquelas. A organização de Sochi divulgou no site oficial dos Jogos que Andretta havia se recuperado de um tumor. Mas a história não passava de um engano. Na verdade, o atleta de 43 anos é um corretor da bolsa, que tem o esqui como hobby. Ele é bem de vida e passa metade do ano na Suíça. Em Sochi, não conseguiu completar a prova do slalom gigante. Tomou um tombo feio e depois deu murros de revolta na neve, em cena que arrancou gargalhadas do público. Quando chegou na base da montanha, no entanto, apareceu dando beijinhos: “amor com amor se paga”.
A REEDIÇÃO DO FOLCLORE JAMAICANO ABAIXO DE ZERO
Winston Watts e Marvin Dixon (Jamaica), 46 e 30 anos, atletas do bobsled
Um filme da Disney de 1993 alçou a aventura do bobsled jamaicano ao status de lenda cult dos Jogos de Inverno. Sempre que os filhos da terra de Bob Marley conseguem a classificação é um acontecimento. Watts, um piloto de 46 anos, só conseguiu trazer o time para a Rússia depois de organizar uma vaquinha na internet. Na pista de gelo, apesar de muita torcida, o trenó de dois homens da Jamaica terminou na última posição entre os que conseguiram descer (29º lugar). Em uma das descidas, o veterano piloto se atrapalhou com a viseira, quebrou ela e foi até o final da pista praticamente sem enxergar nada. Pastelão puro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.