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REPORTAGEM

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Italo Ferreira: 'Trabalho para afastar pressão; experiência vai me ajudar'

Italo Ferreira, primeiro surfista a se tornar campeão olímpico - Rodrigo Marques
Italo Ferreira, primeiro surfista a se tornar campeão olímpico Imagem: Rodrigo Marques

Colunista do UOL

05/09/2022 04h00

Campeão mundial... Primeiro campeão olímpico da história.

Um cara que virou até celebridade. Mas que, mesmo a partir do dia que colocou a medalha de ouro no peito, jamais deixou de lado a simplicidade, a família, os verdadeiros amigos... A vida comum que o levou até o lugar de maior destaque que um atleta de alta performance pode chegar.

Esse é Italo Ferreira.

O craque que deixou Baía Formosa para ganhar os mares ao redor do planeta e virar ídolo nacional e mundial.

Que nunca perde a chance de estar na sua casa, treinando e zoando ao lado dos seus. Curtindo a vida adoidado nas areias e ondas do Rio Grande do Norte.

Foi lá que, no intervalo entre a etapa do Taiti e da viagem para os Estados Unidos, ele celebrou mais uma etapa da criação de seu instituto.

E que ele afiou na água, no skate e na academia, as últimas garras na preparação para o WSL Finals, evento que vai definir o novo dono do troféu do Championship Tour, a principal divisão da World Surf League, em 2022.

Uma honraria que ele já tem na coleção, mas que busca de uma maneira feroz a cada remada, a cada rasgada e aéreo.

Em Trestles, ele vai reencontrar o adversário na decisão dos Jogos de Tóquio, em Tsurigasaki Beach, no Japão.

italo - (Foto: Reprodução) - (Foto: Reprodução)
Italo Ferreira comemora a medalha de ouro
Imagem: (Foto: Reprodução)

Além de Kanoa Igarashi, terá que superar os australianos Ethan Ewing e Jack Robinson. E também o amigo e compatriota Filipe Toledo, número 1 da temporada regular e, para muitos, maior candidato ao caneco.

Tranquilo e preparado, Italo sabe bem o que precisa fazer para atropelar a concorrência e fazer a festa na Califórnia.

Ele falou com exclusividade com o 'Surfe 360'.

Você participou das finais em 2021 e conhece o formato de disputa. Vê isso como uma vantagem em relação aos que vão estrear no WSL Finals?

"Acho que a experiência, o foco e a concentração podem me ajudar nesta decisão, mas não vejo como vantagem. Esse formato da Finals, com confrontos diretos e eliminatórios, trazem uma pressão diferente pra quem vai iniciar a disputa, todos estão em um alto nível, a competição é dinâmica. Quem quiser chegar nas baterias finais precisa estar com o surfe encaixado, mantendo a mesma competência durante todo o evento."

Para ser campeão, você terá que disputar pelo menos cinco baterias. Acha que a questão física pode ser um complicador?

"É um grande desafio, mas estou treinando bastante e me preparando para isso e já me sinto preparado. Independente de quantas baterias forem disputadas, o importante sempre é pensar no primeiro confronto, e assim sucessivamente. Farei a reedição da final olímpica com o Kanoa Igarashi já na primeira bateria da Finals, então, podemos prever com certeza grandes confrontos nesse evento. Todos surfistas tem grandes qualidades, e com cada um tenho uma história. Vai ser bem disputado."

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Italo Ferreira voa durante a etapa do mundial em Saquarema
Imagem: WSL

Durante toda temporada, você disse que o importante era ser regular e que o evento importante de vencer era o último. Como tem trabalhado a parte mental para o WSL Finals?

"Exatamente, e este foi o meu mundial com melhor aproveitamento, e estar na Finals só reforça isso. O objetivo final é vencer agora na decisão, será a vitória mais importante do ano e que vai coroar o verdadeiro campeão da temporada. É parte do trabalho mental deixar a pressão de lado, é necessário pensar apenas no meu surfe e estar com uma boa estratégia para conseguir os resultados necessários. É chegar bem preparado, mentalmente e fisicamente, vai ser muito importante manter a confiança pra conseguir sair vitorioso. Estou trabalhando bastante a parte mental e física para isso, e vou lá fazer o que eu amo, que é surfar."

Dos cinco finalistas, você é único campeão mundial. Acredita que a pressão maior está nos seus adversários?

"De certa forma, sim, mas não penso muito em relação à pressão que meus adversários vão sentir. Eu estou concentrado no meu surfe e em manter um bom equilíbrio durante as baterias. Sei que todos têm qualidades, eu quero estar preparado para o desafio e enfrentar sabendo que dei o meu melhor."

por @thiago_blum / @surf360_

agradecimento: Cidinha Santos / @evvacomunicacao