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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

A França que sofre é a mesma que crava. Como duvidar do tri?

Colunista do UOL

14/12/2022 18h08

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A seleção francesa está em mais uma final de Copa do Mundo. Abriu o placar cedo, sofreu bastante para controlar a pressão de um aplicado Marrocos, mas provou de novo o quanto pode definir um jogo a partir da menor chance criada. Mesmo sem o melhor ajuste coletivo, não dá para duvidar do poder de definição dos franceses. É certamente o time com mais peças que podem desequilibrar em um lance.

Escalações

Deschamps voltou a conviver com desfalques. Desta vez Upamecano e Rabiot ficaram de fora. Konaté e Fofana foram os escolhidos para a defesa e o meio respectivamente. Já Walid Regragui contou com o retorno de Mazraoui na lateral-esquerda. Nayef Aguerd voltaria na zaga, mas sentiu no aquecimento e deu lugar a Dari. O time foi escalado com uma linha de cinco na defesa. Amallah, um dos meias, foi para o banco.

Bola rolando

Com El Yamiq e Dari entre os zagueiros, Marrocos tinha defensores menos confiáveis em relação a sua escalação original, e isso não demorou a aparecer. Logo os quatro minutos, o camisa 18 se precipitou ao tentar antecipar um passe de Varane para Griezmann, ''quebrou'' a última linha e o francês cruzou rasteiro para Mbappé bater prensado com Hakimi. Théo Hernández pegou o rebote e marcou o gol.

A realidade imaginada para o jogo mudaria a partir deste momento. Saiss, nitidamente no sacrifício, não aguentou e precisou ser substituído aos 20 minutos. Amallah entrou e Regragui remontou sua equipe no 4-1-4-1 que costuma organizar. Ounahi e Boufal fizeram boas jogadas pelo meio. Lloris mostrou-se seguro. Era um claro recado que a fatura não estava liquidada e Marrocos poderia criar os espaços.

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Como França e Marrocos iniciaram a semifinal da Copa do Mundo 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

A França alternou momentos de posse e trocas de passe sem tanta velocidade, com recuos do bloco de marcação para encaixar contragolpes. Produziu das duas formas. Giroud acertou a trave e quase marcou em rebote de grande jogada de Tchouaméni, mas finalizada sem precisão por Mbappé. Depois de um período sem conseguir entrar na defesa francesa, os marroquinos chegaram perto do empate nos minutos finais.

Concentrando suas jogadas pela direita, com Hakimi e Ziyech em ótima dobradinha, levando trabalho a Fofana e Théo Hernández, conseguiram uma sequência de escanteios e faltas laterais perigosas. El Yamiq mandou uma bicicleta na trave direita de Lloris. Mazraoui, outro debilitado fisicamente, não voltou para o 2º tempo. Attiyat Allah entrou bem neste Mundial mais uma vez.

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Theo Hernández e Giroud comemoram gol do lateral na partida entre França e Marrocos
Imagem: Divulgação/Fifa

Com boas tramas pelos lados e cruzamentos rasteiros na área, Marrocos seguiu pressionando. Fazia boas pressões pós-perda, inibindo contragolpes franceses. Não fosse por boas intervenções de Konaté, os africanos teriam balançado as redes. Deschamps sacou Giroud e reequilibrou o time com a entrada de Marcos Thuram pela esquerda. Mbappé foi adiantado. A marcação no setor melhorou.

Como pararam de sofrer na defesa, os franceses passaram a levar perigo em novos contragolpes. Marcos Thuram quase marcou em duas ocasiões e Kolo Muani, que tinha acabado de entrar, empurrou para a meta vazia uma linda jogada de Mbappé. A seleção marroquina fez história! Fez um jogo duríssimo contra a França e mostrou um futebol superior a muitas equipes mais badaladas tecnicamente.