O deprimente último suspiro belga no Qatar

Terceira colocada em 2018 e produtora de excelentes jogadores na última década, a Bélgica está eliminada da Copa do Mundo ainda na 1ª fase. Houve melhora em relação aos dois primeiros jogos no empate sem gols com a Croácia, mas passou longe de alcançar o desempenho de parte do último Mundial. E ficou ainda mais distante de atender as expectativas. Foi a última chance de vários nomes importantes do time.

Zlatko Dalic repetiu a escalação. Livaja no ataque e Kramaric a partir da direita. Já Roberto Martinez manteve a ideia de Castagne pela esquerda e a variação tática de se defender com linha de quatro atrás, mas ter o camisa 21 alinhado aos zagueiros na saída de bola. Sacou Éden Hazard e deu chance a Trossard. Onana foi desfalque no meio. Dendoncker entrou. Batshuayi e Lukaku no banco e Mertens foi o titular.

A julgar pelo nível e a movimentação dos 15 primeiros minutos, Croácia e Bélgica prometiam um grande jogo. Foram duas chances para cada lado no período e um pênalti anulado pelo VAR para os croatas. Mas depois disso o duelo perdeu velocidade e faltou agressividade aos dois times em fase ofensiva. Foram 49 minutos equilibrados antes do intervalo, com momentos diferentes de domínio.

Precisando vencer para se classificar, os belgas tiveram um pouco mais a bola. O problema foi gerar movimentos de profundidade contra a defesa balcânica. De Bruyne, Mertens e Dendoncker até fizeram infiltrações, mas sem tanta frequência. Trossard flutuava pelo ataque, mas não se fixava como uma opção de passe central ou pivô, não é a sua característica. O maior perigo da Bélgica veio em contra-ataques.

Ao aproveitar os espaços deixados pelos croatas em alguns momentos, criaram duas boas chances com De Bruyne construindo as transições, mas Mertens e Carrasco pecaram nas finalizações. Os croatas conseguiam trabalhar a bola com mais velocidade e ganhar peso nos últimos metros do campo. Perisic e Kramaric eram ótimas opções. Modric e Kovacic organizaram o meio-campo e os laterais foram agressivos.

Faltou precisão nos momentos de definição dos ataques. A última linha de zaga belga reagiu bem, assim como os defensores croatas. Era um jogo de pouca pressão na bola por parte dos sistemas defensivos, a pelota circulava nas intermediárias, mas as proximidades das metas estavam bem protegidas. Lukaku foi a solução de Roberto Martinez para a Bélgica durante o intervalo. Ele iniciou o 2º tempo. Mertens saiu.

Ele precisou de apenas três minutos em campo para a sua primeira finalização certa. Recebeu um cruzamento de De Bruyne e cabeceou para a defesa de Livakovic. A resposta croata veio com Kovacic. Recebeu um passe do ótimo zagueiro Gvardiol na entrada da área e bateu colocado. Courtois impediu o gol. O gigante arqueiro fez o mesmo em ótimas finalizações de Brozovic e Modric na sequência.

A Bélgica, além de muito irregular na abordagem de marcação, sofria com o fato de se defender efetivamente com sete jogadores. Os quatro da última linha e um tripé formado por Witsel, Dendoncker e Carrasco no meio. O trio mais avançado participava pouco sem a bola. Mas com ela começava a causar muitos problemas para os croatas com o crescimento de De Bruyne e a entrada de Thorgan Hazard.

Lukaku acertou a trave em grande jogada do camisa 7. Perdeu grande chance! Por mais que oferecesse perigo ao se aproximar da área, os Diabos Vermelhos não conseguiam exercer uma pressão de fato por conta do desempenho defensivo. Eram permissivos para marcar no setor de meio-campo, e também sofriam atrás.

Nos últimos minutos, com a Croácia exausta pelas só duas alterações feitas pelo seu treinador até aquele momento, a Bélgica conseguiu empurrar o adversário para trás. Doku criou três ótimas jogadas pelo lado esquerdo do ataque e Lukaku perdeu duas chances incríveis. Desde 1998 os belgas não eram eliminados na fase de grupos de uma Copa do Mundo. A Croácia vai encarar a primeira colocada do Grupo E.