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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Imposição física da Austrália deve embolar o Grupo D

Colunista do UOL

26/11/2022 08h58

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O horário do jogo no Brasil e a pouca expressividade das seleções virou piada. Quem acordaria antes das 07h para ver o atraente Tunísia x Austrália? Quem fez isso não deve ter se arrependido. Não foi uma partida de alto nível, mas movimentadíssima e intensa. Os australianos ''guerrearam'' e levaram o duelo para o cenário que lhes é confortável. A vitória magra basicamente obriga a Dinamarca a vencer a França para ter mais tranquilidade na última rodada, quando encara a própria Austrália.

Jalel Kadri fez apenas uma mexida na Tunísia em relação à boa atuação da estreia. Ben Slimane deu lugar ao mais criativo Sliti pelo lado direito do ataque. Já Graham Arnold também mexeu só em uma posição da Austrália. Atkinson, atropelado por Mbappé na estreia, deu lugar a Karacic na lateral-direita.

A Austrália foi superior no 1º tempo! Baseando seu jogo num aspecto muito físico, levou vantagem sobre a Tunísia com ligações diretas bem organizadas para Duke. McGree jogou mais próximo do centroavante para receber as escoradas e acionar rapidamente os lados do campo, sobretudo o esquerdo, com Goodwin, que fez o cruzamento para o gol do centroavante, aos 22 minutos da etapa inicial.

Mooy era fundamental no ganho das ''segundas bolas'' no campo de defesa e na distribuição dos passes. Se impôs! Os australianos marcavam em bloco médio, mas tinham muita pegada no combate, forçavam a ligação direta dos tunisianos e controlavam as ações na sequência, sempre acelerando o jogo e fazendo o sistema defensivo rival sofrer. Duke quase marcou outro gol de cabeça aos 40'.

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Como Austrália e Tunísia começaram o duelo válido pela 2ª rodada do Grupo D da Copa do Mundo 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

A Tunísia errava saídas de bola, perdia duelos no meio, não conseguia botar Msakni e Sliti no jogo. Só foi melhorar na reta final da partida. Laidouni e Talbi eram raros destaques africanos. As coisas melhoraram um pouco nos últimos minutos. Jebali, a partir da sua movimentação, deu boas opções e construiu duas ótimas chances Drager e Msakni desperdiçaram. Em uma delas, o bom zagueiro Souttar salvou.

Jalel Kadri desfez o esquema com três zagueiros no intervalo. Tirou o ala-direito Drager e colocou o volante Sassi. Bronn passou a jogar na lateral-direita. Era uma tentativa de preencher o setor de meio, local em que a Austrália ganhava os duelos e dominava as ações. Funcionou. O time saiu do sufoco e se estabeleceu no campo de ataque, mas não teve coordenação nos movimentos para gerar chances de gol.

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Mitchell Duke e Laidouni durante partida entre Austrália e Tunísia
Imagem: Jewel SAMAD / AFP

Houve mais aproximação entre os atletas. Msakni e Sliti subiram de produção. Efetividade, porém, no sentido de se aproximar do empate, não teve. A Austrália protegia bem os últimos metros do campo. Khazri entrou para aumentar a qualidade técnica do ataque. A primeira finalização perigosa veio aos 27'. Msakni bateu duas vezes para as defesas seguras de Ryan.

A Austrália dava estocadas perigosas em contra-ataques, mas a reta final do jogo teve pressão da Tunísia, que assustou com Talbi em Khazri. Ryan mais uma vez mostrou solidez. Dependendo do resultado entre França e Dinamarca, a Austrália pode jogar pelo empate com os nórdicos para se classificar às oitavas de final. Já a Tunísia tem uma missão quase impossível para obter a inédita classificação.