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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Controle total do jogo evidencia estágio do Brasil para a Copa

Colunista do UOL

24/11/2022 17h54

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Se havia alguma dúvida do potencial do Brasil para o Mundial, ela parece bem menor depois da contundente atuação da Seleção diante do bom time da Sérvia na estreia da Copa. Os comandados de Tite correram poucos riscos contra um adversário em franco crescimento no cenário do futebol europeu. Além da parte defensiva sólida, cabe ressaltar a produtividade no ataque. Foram 22 finalizações em 98 minutos de futebol.

Tite confirmou o Brasil com Paquetá como segundo homem de meio-campo e Vini Jr na ponta-esquerda. Fred começou no banco. Já Dragan Stojkovic colocou Mladenovic ao invés de Kostic na ala-esquerda, e Zivkovic ao invés de Lazovic na direita, uma opção mais ofensiva. Em compensação, no meio-campo, colocou mais um volante e sacou o atacante Vlahovic, adiantando o meia Tadic para o ataque.

O Brasil demorou um pouco a se soltar. A Sérvia começou atacando a Seleção. Não rifou a bola e trabalhou na entrada da intermediária ofensiva com as aproximações de Gudelj, Lukic e Milinkovic-Savic, mas sem conseguir progredir. Tadic e Zivkovic até tentaram pelo lado direito, mas a retaguarda brasileira controlou os avanços. Última linha sempre bem postada. Casemiro e Paquetá protegendo a entrada da área.

Com o passar do tempo, Neymar foi encontrado com alguns passes oriundos da dupla de zaga, assim como Vini Jr e Raphinha, e o time se estabeleceu no campo de ataque. Foram seis boas ações ofensivas a partir dos 20 minutos. Entre elas uma tentativa de gol olímpico do camisa 10 e uma hesitação de Vinícius na hora de finalizar. Raphinha e Paquetá, quando se aproximaram, também geraram bons momentos.

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Como Brasil e Sérvia iniciaram o duelo válido pela 1ª rodada do Grupo G da Copa do Mundo 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

O camisa 11 chegou a finalizar com liberdade da entrada da área, mas pegou mal na bola. A Sérvia conseguia neutralizar a entrada brasileira na área. Milenkovic e Veljkovic se destacaram ao cortar passes e cruzamentos. Faltava uma participação mais efetiva dos laterais na intermediária ofensiva. Danilo e Alex Sandro atacam por dentro como meio-campistas, mas fizeram poucas ultrapassagens pelo setor, foram burocráticos.

Todas as tentativas de contra-ataque da Sérvia foram bem controladas pela Seleção. Rapidez de reação ao perder a bola e velocidade na recomposição em cada setor. Raphinha teve uma chance cristalina logo aos 40 segundos do 2º tempo. Roubou de Gudelj na saída de bola sérvia, saiu cara a cara com o goleiro, mas bateu em cima de Vanja Milinkovic-Savic.

Neymar mandou pra fora uma boa assistência de Vini Jr,.Alex Sandro acertou a trave direita. A Sérvia não atacava e o Brasil parecia perto do gol. Ele veio aos 17'. Neymar invadiu a área driblando e Vinícius chutou cruzado, o goleiro espalmou e Richarlison empurrou para o gol vazio. Vlahovic entrou e os europeus passaram a ser mais agressivos com a bola. Quase empataram com o zagueiro Pavlovic de cabeça.

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Richarlison abre o placar para o Brasil contra a Sérvia na Copa do Mundo
Imagem: Justin Setterfield/Getty Images

Ao mesmo tempo que poderiam incomodar o Brasil os sérvios se abriram, e acabaram dando espaços letais. Vini Jr fez nova jogada pela esquerda e serviu Richarlison na área. Ele errou o domínio, mas emendou de voleio para marcar um lindo gol. Rodrygo, Fred e Casemiro quase marcaram o terceiro em chutes da entrada da área.

O ponto negativo fica pela possível lesão sofrida por Neymar no tornozelo direito. Ele deixou o gramado aos 33 minutos do 2º tempo chorando de dor no local e iniciou tratamento com gelo já no banco de reservas. Danilo foi outro a sentir na reta final do jogo. O Brasil passou com segurança pelo adversário mais forte do grupo e dá indícios de que pode fazer uma ótima Copa do Mundo.