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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

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Ficou barato! Domínio total mostra a diferença dos Reds para o Villarreal

Colunista do UOL

27/04/2022 17h55

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O Villarreal desbancou favoritos em duas fases da Champions League com méritos. Não está nas semifinais por um acidente, mas diante do Liverpool ficou claro para todo mundo o desnível entre as equipes. Se o 2x0 de Anfield não dá aos Reds a garantia da vaga em mais uma final continental, a história do jogo diz o contrário. O time espanhol mal pisou no campo de ataque. É quase impossível a desclassificação inglesa.

Sem Firmino, Klopp optou por montar seu trio de ataque com Salah, Mané e Luis Diaz mais uma vez. Fabinho Henderson e Thiago formaram a trinca central do Liverpool. No Villarreal, Unai Emery não teve Gerard Moreno. Chukwueze entrou para formar a dupla de ataque com Danjuma.

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Como Liverpool e Villarreal iniciaram a partida em Anfield
Imagem: Rodrigo Coutinho

Foram 12 finalizações do Liverpool apenas no 1º tempo, mas só duas delas na direção da meta. Isso explica bastante o principal motivo dos Reds não terem aberto o placar antes do intervalo. A equipe teve muito volume, coordenação nos movimentos de ataque à profundidade, circulou a bola com velocidade, e foi agressivo, mas o forte bloqueio feito pelo Villarreal impediu que chances mais claras fossem criadas.

A melhor delas veio num chute de Thiago de fora da área, aos 41 minutos, no ângulo direito de Rulli, a bola explodiu no travessão. Luis Diaz, Salah, Mané e Henderson também assustaram a meta do goleiro argentino, mas faltou colocar o ''pé na forma'' com mais regularidade. O time da casa novamente teve muita competência ao marcar a saída de bola adversária e reagir rápido e de forma organizada ao perder a posse no campo de ataque.

O cenário criou um sufoco para os espanhóis, que até tentaram sair jogando com passes curtos algumas vezes, mas foram totalmente anulados. Outra alternativa era a ligação direta para a dupla de ataque em profundidade, ou Coquelin pela esquerda, tentando ganhar a ''primeira bola'' pelo alto, mas nenhuma deles gerou efeito. Os ingleses neutralizaram. Konaté, Henderson e Fabinho ganhavam todos os duelos.

Abrindo o campo com os pontas ou laterais, o Liverpool criava alguns espaços de infiltração entre os laterais e zagueiros do ''Submarino Amarelo'', eles eram explorados pelos meias e atacantes, mas a dupla de zaga rival reagia bem, assim como a dupla de volantes bloqueando finalizações e assistências.

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Henderson briga pela bola com Dani Parejo
Imagem: Phil Noble/Reuters

O 2º tempo iniciou com o mesmo cenário. O bloco de marcação do Villarreal esteve ainda mais recuado, e a equipe prosseguiu retardando as reposições de bola em jogo para fazer o tempo passar e irritar o Liverpool. O time da casa seguiu com seu volume e acabou recompensado de forma dupla logo no início.

Henderson recebeu em profundidade de Mané após linda troca de passes e cruzou, a bola desviou em Estupiñan e encobriu Rulli. Dois minutos depois, o segundo gol. Salah recebe de Arnold nas costas dos volantes do Villarreal e deu um lindo passe em profundidade para Mané marcar na saída do goleiro. Uma avalanche vermelha que já havia ocorrido em momentos da 1ª etapa, mas desta vez coroada com gols.

A esperada mudança de cenário com a vantagem inglesa não aconteceu. O Villarreal até tentou ser mais protagonista com a bola, mas não conseguiu. Não tinha forças para se equiparar à equipe da casa. Robertson ainda balançou as redes em gol bem anulado. Luis Diaz chegou perto de marcar o terceiro duas vezes. Van Dijk também assustou.

Só algo muito fora da curva tira o Liverpool de sua décima final de Champions League. Jurgen Klopp marca época na história do futebol mundial com um trabalho longo e de excelência na Inglaterra. Coisa rara de se ver!