Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Como Renato Augusto e Giuliano podem ser escalados no Timão
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Renato Augusto e Giuliano vêm sendo tratados como soluções para os problemas de criatividade do Corinthians na temporada. Pudera, a dupla de meio-campistas acrescenta demais em capacidade de articulação e organização ofensiva, principalmente num elenco carente de peças assim. Adequá-los em funções confortáveis, porém, é um desafio que não deve ser tão simples para Sylvinho.
Há quem diga que os melhores jogadores têm que jogar sempre. E as pessoas que pensam assim não estão erradas. A questão é: como? De que forma tirar o melhor da dupla? Mesmo com a qualidade bem acima da média do restante do elenco, Renato e Giuliano precisam ser escalados em funções específicas para darem o retorno. E no futebol de hoje, pensar em todas as fases de um jogo é importante para manter a competitividade o tempo inteiro. Por mais que o Corinthians não ofereça esse nível competitivo sempre, seria ainda mais frustrante não ter um ganho de rendimento com os dois em campo.
Antes é necessário entender como vinham atuando recentemente. Renato não joga há oito meses, mas na temporada de 2020 foi escalado de maneiras diferentes no Beijing Gouan. O time treinado pelo francês Bruno Genésio variou entre o 4-1-4-1 e o 4-3-1-2 na reta final, e o meia do Timão jogava como um ''falso ponta'' pela direita ou esquerda. Fechando o setor sem a bola e flutuando para o meio quando o time tinha a posse. Chegou a jogar também como um segundo atacante.
Sem dúvidas um funcionamento bem diferente daquele que cumpriu na seleção brasileira e nos anos de Corinthians. Provavelmente será escalado como segundo homem de meio-campo, onde mais gosta de atuar, vendo o jogo de frente, iniciando a articulação das jogadas, e não tanto nas proximidades da área, como foi sua última amostragem e como atuou no início da carreira por Flamengo e Bayer Leverkusen.
Nesse ponto há um encaixe quase que perfeito com Giuliano. O meia ex-Inter e Grêmio já é mais adepto das proximidades da área. No Istambul Basaksehir, seu último clube na Turquia, o novo camisa 11 da Fiel jogou mais vezes como um meia-central, por trás do centroavante, num 4-2-3-1. Na Arábia jogou mais partindo de um dos lados, de preferência o esquerdo, na direção do centro do campo. A ''grosso modo'', Renato iniciaria as jogadas e Giuliano atuaria mais na região de último passe ou conclusão.
A partir disso há dois problemas a serem resolvidos, e eles inclusive se entrelaçam. O primeiro é o modelo de ataque posicional pregado por Sylvinho. Colocar Giuliano em um dos lados do campo com essa proposta, o lado esquerdo por exemplo, como foi feito com Mateus Vital, anularia aquilo que ele poderia oferecer de melhor. Preso no flanco esquerdo, não transitaria como gosta nas costas dos volantes e não entraria na área com tanta frequência. Precisa de mais liberdade.
O segundo problema vem no momento defensivo. Mesmo se Renato Augusto e Giuliano começarem dando rápidas respostas e mudando o patamar da equipe, o Corinthians precisará se defender mais em muitos jogos diante de times melhores. Colocar ambos, lado a lado, na faixa central do campo, no atual 4-1-4-1 utilizado, certamente sobrecarregará o volante que jogar atrás deles. São atletas que neste momento da carreira contribuem pouco defensivamente.
A melhor alternativa pode ser utilizar Renato ao lado de um volante de mais capacidade de marcação, como Gabriel, e deixar Giuliano mais a frente, encostando em Jô. A segunda opção mais viável é mudar o conceito ofensivo. Dar mais liberdade de movimentação aos atletas por diferentes setores e ganhar a possibilidade de ter Giuliano partindo da esquerda, mantendo o 4-1-4-1 atual com Renato Augusto como um dos meias e Cantillo seguindo na equipe. Desta forma seriam três jogadores de bom trato com a bola e capacidade criativa em campo.
Organizar peças de um time não é tão simples quanto parece. O conceito de distribuir camisas aos melhores sem uma organização prévia em campo não se aplica mais ao futebol há alguns anos. Entender isso é respeitar os processos de montagem de uma equipe.
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