Os detalhes do dia em que Diego virou deus
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Era um domingo de junho ensolarado na Cidade do México. As quase 115 mil pessoas presentes no Estádio Azteca, e as bilhões assistindo pela TV, sabiam de quem aguardar algo diferente. Ele atendeu a expectativa. Mais do que um craque, o dono daquela Copa do Mundo de 1986. Diego Armando Maradona ali se transformava em Deus! Um ser mítico! O ''vingador'' do massacre sofrido pelos argentinos diante dos ingleses na Guerra das Malvinas, ocorrida quatro anos antes.
Mais do que a ''Mão de Deus'' e a regência da torcida "albiceleste" com a bola ainda rolando, aquele confronto pela quartas de final do Mundial do México, além de dar aos argentinos a vaga nas semifinais no torneio que venceriam, fez de Maradona um personagem que transcende o esporte para o país sul-americano. Nas linhas abaixo uma singela homenagem do blog. Um detalhamento estatístico, técnico e tático do desempenho de ''El Pibe'' no duelo.
O gol marcado com a mão foi apenas um dos 189 toques na bola dados pelo camisa 10 naquela partida. Entre eles, muitas conduções em velocidade, com a bola grudada no pé, uma marca de seu futebol, e principal fonte criativa de uma Argentina que foi muito forte no contra-ataque naquele jogo.
Maradona atuava como um ''segundo atacante''. Era o companheiro de frente de Valdano, um jogador com características mais ''finalizadoras'', mas que acabava voltando mais que o craque quando a Argentina defendia. Tudo em nome da liberdade para Maradona receber a bola assim que a seleção treinada por Carlos Bilardo recuperasse a posse. Ele era o alvo. Recebia, conduzia, driblava, como fez no lendário segundo gol, e tentou repetir várias vezes antes dos nove minutos do 2º tempo.
O potencial criativo da Argentina girava em torno de Maradona. Sempre procurando a região da bola, tinha total liberdade de movimentação. Em fase ofensiva, quase não buscava movimentos de profundidade, voltava alguns metros para articular, e esperava o posicionamento dos companheiros mais a frente para tentar as tabelas e finalizar. Foi caçado! Recebeu nada menos que sete faltas, mas aplicou 13 dribles e perdeu outras sete bolas ao levar o seu individualismo a toda prova.
A agressividade de ''El Pibe'' fica nítida pelo número de finalizações tentadas. Foram sete ao todo, mais que a metade de toda a seleção argentina naquela partida. Cobrou faltas, escanteios. Foi, como de praxe, o dono de um time pensado para ele por Bilardo. Burruchaga, Enrique, Brown, Ruggeri, Cuciuffo e Olarticoechea foram ótimos coadjuvantes para o brilho de Diego, mas todos sabiam a quem procurar nos momentos de roubada de bola ou de ataques mais pausados no campo ofensivo.
Rever o jogo contra a Inglaterra pela Copa de 1986 deveria ser o único exercício obrigatório de futebol nesta quarta-feira de luto no esporte. Grato por tanto, Diego!
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.