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OpiniãoEsporte

Libertadores tem grupos chatos, não mortais. Informações e palpites do PVC

É um exagero dizer que o Palmeiras pegou o grupo da morte.

Não que seja fácil, mas o San Lorenzo é o nono colocado de seu grupo na Copa da Liga da Argentina e o Liverpool, do Uruguai, está em 11o lugar em seu país. Em 2021, a chave palmeirense parecia mais difícil, ao enfrentar Defensa y Justicia, campeão da Sul-Americana de 2020, Independiente del Valle e Universitario, viagem mais longa do que para Montevidéu.

E tudo é tão relativo que, no ano passado, o Flamengo ficou em segundo lugar numa chave com Racing, Aucas e Ñublense.

Em teoria, o grupo palmeirense é chato, como o do Grêmio, contra Estudiantes, Strongest e Huachipato.

As chaves de Flamengo e Fluminense permitem fazer 18 pontos e levar a vantagem de jogar como mandante até a semifinal.

Tudo em teoria.

Abaixo, as análises detalhadas dos oito grupos:

GRUPO A

FLUMINENSE, CERRO PORTEÑO, ALIANZA E COLO COLO

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O Fluminense é o mais forte e só precisa voltar a jogar o que sabe. Respeito é bom, Cerro Porteño e Colo Colo merecem, mas os paraguaios estão em quinto lugar no Campeonato Nacional e dirigidos pelo técnico interino, Jorge Achucarro. Têm Churín no ataque e o bom meia argentino Carrizo. O Colo Colo vive uma crise importante, perdeu o clássico para a Universidad de Chile em seu estádio depois de 23 anos. Seus pontos fortes são o técnico Jorge Almirón, finalista do ano passado pelo Boca Juniors, o meia Arturo Vidal, campeão pelo Flamengo em 2022, e o atacante Palacios, ex-Internacional e ex-Vasco. O Alianza, sétimo colocado no Peru, tem o centroavante Barcos. É o mais frágil da chave.

PALPITE - Fluminense em primeiro, Colo Colo em segundo

GRUPO B

SÃO PAULO, BARCELONA, TALLERES, COBRESAL

Duas viagens chatas, a Guayaquil e ao deserto do Atacama, não escondem que o adversário mais difícil pode ser o Talleres, terceiro colocado de sua chave na Copa de la Liga de Argentina. Não que o Talleres seja uma máquina. Dirigido pelo técnico Walter Ribonetto, tem o atacante Girotti, ex-River Plate, e o volante Galarza, ex-Vasco. Já eliminou o São Paulo na pré-Libertadores de 2019, quando era dirigido por Juan Pablo Vojvoda. Só parece ser a segunda força da chave, porque o Barcelona não está bem, oitavo colocado em seu campeonato. Dirigido pelo ex-zagueiro uruguaio Diego López, ainda tem Damián Díaz como cérebro do meio-de-campo. Brigará pelo Talleres pelo segundo posto. O Cobresal, vice-campeão chileno, está em 15o lugar atualmente.

PALPITE - São Paulo em primeiro, Barcelona em segundo

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GRUPO C

GRÊMIO, ESTUDIANTES, STRONGEST, HUACHIPATO

Sempre é difícil jogar em La Plata. O Estudiantes é dirigido pelo ex-zagueiro do Vélez, Eduardo Dominguez, vice-campeão da Copa Sul-Americana de 2015 como treinador do Huracán. Seus times são duros, marcam em bloco médio, saem com rapidez ao ataque. O Grêmio não parece pronto para jogar a Libertadores no nível que sua tradição recomenda e isto pode tornar os jogos mais difíceis. Esta é a chave mais chata, tirando a do Palmeiras. Por jogar em La Paz, contra o Strongest, do técnico argentino Pablo Lavallén, vice-campeão da Sul-Americana de 2019, pelo Colón. E por enfrentar o último campeão chileno. Só que o Huachipato está em décimo lugar na tabela atual.

PALPITE - Grêmio em primeiro, Estudiantes em segundo

GRUPO D

LDU, JUNIOR, UNIVERSITARIO E BOTAFOGO

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Este grupo só é bom para quem tem programas de milhagem em companhias aéreas da América do Sul. O Botafogo vai voar. Não se trata de jogar bem mas de acumular milhas para voos para Quito, Barranquilha e Lima. Viagens que podem atrapalhar o início da campanha do Brasileiro. A LDU é a mais forte adversária, apesar de sétima colocada após três rodadas de Campeonato Equatoriano. O técnico espanhol Josep Alcácer confia no jovem meia Sebastián González, 20 anos, e nos atacantes Jhohan Julio e Jan Hurtado. É a atual campeã da Copa Sul-Americana. O Junior está em quinto na Colômbia, tem o retorno de Cantillo, adorado pela torcida, e Carlos Bacca, veterano atacante que ganhou a Supercopa da Itália pelo Milan e a Liga Europa pelo Villarreal. O Universitario, líder no Peru, é dirigido por Fabián Bustos, semifinalista pelo Barcelona, em 2021. Grupo cansativo e difícil.

PALPITE - LDU em primeiro, Botafogo em segundo

GRUPO E

FLAMENGO, BOLÍVAR, MILLONARIOS, PALESTINO

O Flamengo é amplo favorito e pode fazer 18 pontos, ser o melhor da fase de grupos, candidatar-se a disputar todas as fases como mandante no jogo de volta. O Bolívar é o rival mais difícil, pela altitude de La Paz e por ser clube do grupo City, do proprietário Marcelo Claure, sócio dos sheiks dos Emirados Árabes também no Girona, da Espanha. O técnico espanhol Beñat San José, que levou o clube às quartas de final no ano passado, mudou-se para o Atlas, do México, e o banco é ocupado pelo argentino Flavio Robatto. O Millonarios ganhou o Torneio Apertura, da Colômbia, mas está há seis partidas sem vitórias. Seu destaque é o meia Daniel Ruiz, que passou pelo Santos, sem brilho. O Palestino é orientado pelo argentino Pablo Vitamina Sánchez, eliminou o Nacional do Paraguai, após perder em casa por 3 x 1. Joga fora de seu estádio, em Rancágua. A viagem não é confortável. O jogo, sim.

PALPITE - Flamengo em primeiro, Bolívar em segundo.

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GRUPO F

PALMEIRAS, INDEPENDIENTE DEL VALLE, SAN LORENZO, LIVERPOOL

Diferentemente de 2021, quando venceu no estádio Casablanda, da LDU, desta vez o Palmeiras terá de jogar no estádio Banco Guayaquil, em Sangolquí, no pé da montanha de Quito. O clube é um exemplo. Jogou todas as edições da Libertadores desde 2014, exceto em 2019, quando ganhou a Sul-Americana. Revelou Kendry Páez e o mantém no time principal, aos 16 anos, apesar de vendido ao Chelsea. O técnico mudou. O argentino Javier Gandolfi foi assistente de Pedro Caixinha no Talleres, em 2022, e assumiu o posto de Martin Anselmi, agora no Cruz Azul, do México. O time não sentiu e lidera o Campeonato Equatoriano com três vitórias nas três primeiras rodadas. O San Lorenzo venceu o Palmeiras no Nuevo Gasometro, em 2019, mas não é forte como naquela época. Dirigido por Rubem Insúa, é fraco como visitante, O Liverpool, do Uruguai, está há seis jogos sem vencer em seu campeonato local.

PALPITE - Palmeiras em primeiro, Independiente del Valle em segundo

GRUPO G

PEÑAROL, ATLÉTICO, ROSARIO CENTRAL E CARACAS

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O problema do Atlético, atualmente, é voltar a jogar bem. Se conseguir isso, será favorito no grupo encabeçado por Diego Aguirre, velho conhecido, treinador atleticano na campanha da Libertadores de 2016, em que foi eliminado pelo São Paulo. Aguirre volta ao clube que levou à finalíssima da Libertadores de 2011, contra o Santos. Lidera o Campeonato Uruguaio com 100% de aproveitamento em sete jogos. O Rosario Central é dirigido por Miguel Angel Russo, técnico do Boca Juniors na campanha do título de 2007. Está em oitavo lugar em sua chave da Copa de la Liga Argentina e tem Abel Hernández, ex-Fluminense e ex-Internacional, em seu ataque. O Caracas se renova e está em oitavo lugar na Venezuela.

GRUPO H

RIVER PLATE, LIBERTAD, TÁCHIRA E NACIONAL

O único grupo sem brasileiros tem o River Plate como principal força. Mantém o técnico Martin Demichelis, que caiu com o River contra o Internacional, nos pênaltis, oitavas de final do ano passado. O ataque tem Solari pela direita e Miguel Borja, como centroavante. O mesmo campeão brasileiro pelo Palmeiras, em 2018, e da Libertadores pelo Atlético Nacional, em 2016. Pela má fase do Nacional, dirigido por Alvaro Recoba, a segunda força do grupo parece ser o Libertad, líder do Campeonato Paraguaio. Seu técnico é o novato Ariel Galeano, de 27 anos, assistente de Daniel Garnero até que o argentino deixou o clube para assumir a seleção do Paraguai. O Táchira está em sétimo lugar na Venezuela, é dirigido por Eduardo Saragó e tem como único destaque o jovem Yerson Chacón, de 20 anos.

PALPITE - River Plate em primeiro, Libertad em segundo

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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