Topo

Pole Position

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

F1 diz estar "monitorando situação" na Rússia e Vettel avisa: "Eu não vou"

Sebastian Vettel, da Aston Martin - Clive Mason/Getty Image
Sebastian Vettel, da Aston Martin Imagem: Clive Mason/Getty Image

Colunista do UOL

24/02/2022 09h43

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Sebastian Vettel foi o primeiro piloto da Fórmula 1 a se posicionar fortemente contra a ida da categoria à Rússia nesta temporada devido ao conflito com a Ucrânia. O GP da Rússia está marcado para o final de setembro, e a Fórmula 1 divulgou um comunicado oficial algumas horas antes da entrevista coletiva concedida pelo piloto alemão dizendo que está "monitorando a situação" e que não tomou nenhuma decisão a respeito.

Vettel, por sua vez, já decidiu: se a F1 correr na Rússia, ele não participará. "A minha opinião é que de não devemos ir. Eu não vou. Acho que é errado correr naquele país. Sinto muito pelas pessoas, pessoas inocentes que estão perdendo suas vidas, sendo mortas por motivos estúpidos. Um homem muito estranho e uma liderança maluca", disse o tetracampeão, referindo-se ao presidente russo, Vladmir Putin. "É algo que vamos discutir, mas a associação de pilotos ainda não se reuniu. Pessoalmente, estou chocado e triste com o que está acontecendo. Veremos o que acontece, mas eu acho que minha decisão está tomada.

Vettel é presidente da associação de pilotos. Ao seu lado na coletiva de imprensa realizada em Barcelona, onde a Fórmula 1 faz os testes de pré-temporada, o atual campeão da categoria, Max Verstappen, disse que "quando um país está em guerra, não é certo correr lá. Mas não é uma questão do que eu acho. O paddock tem que decidir o que nós vamos fazer."

Do lado da Fórmula 1, a palavra de ordem é aguardar o desenrolar do conflito. Em comunicado, a categoria afirmou que está "observando de perto os desenvolvimentos bastante fluídos e neste momento não tem nenhum comentário adicional a respeito da corrida que está marcada para setembro. Vamos monitorar a situação de perto."

O GP da Rússia é um dos mais lucrativos do ano para a categoria e, embora o financiamento não seja estatal, o evento é pago por empresas que têm relação com o governo de Putin.

Outro laço da categoria com a Rússia é por meio da UralKali, patrocinadora principal da equipe Haas. A empresa de fertilizantes é do bielorrusso Dmitry Mazepin, pai do piloto russo Nikita Mazepin e empresário bilionário que é próximo de Putin. O chefe da equipe Haas, Guenther Steiner, teve sua participação na coletiva de imprensa desta quinta-feira (24) cancelada de última hora. A equipe ainda não informou o motivo.