O absurdo nosso de cada dia
Bastou o Corinthians ter vencido o Red Bull Bragantino, com o primeiro gol com menos de um minuto de jogo, numa falha incrível do goleiro Júlio César, e um segundo gol marcado por Jô, que não tinha atuado em nenhuma partida neste ano, para Tiago Nunes voltar a ser tratado como o 'novo Guardiola' brasileiro por alguns torcedores e, pasmem, alguns colegas. Calma! Nem uma coisa nem outra.
O Red Bull Bragantino ainda vai dar muito trabalho no campeonato Brasileiro. Esta volta do Paulista, em meio ao caos que vivemos, volto a dizer, não serve de régua para nada. Talvez para mensurar a capacidade física de algumas equipes. E mais nada.
Assim como Fernando Diniz não deve ser crucificado (e já foi!) pela desclassificação contra um bom Mirassol, que tem uma maneira de jogar constante - coisa absolutamente ignorada pela maioria.
Também no caso do Santos, não é o caso de desconstruir o recém-iniciado trabalho de Jesualdo. Mire-se, antes, para as lambanças da diretoria, para a expulsão irresponsável de Marinho e outras questões.
O absurdo do momento parece ganhar concretude quando olhamos para a Ponte Preta. A equipe de Campinas era a última colocada do Campeonato antes da volta do campeonato. Última, lanterninha mesmo. Eliminou o Santos na Vila Belmiro e, mais concentrada nestas últimas três partidas, ouso dizer que tem um ligeiro favoritismo contra o bagunçado Palmeiras, que venceu o Santo André no finalzinho.
O momento é tão estranho, mas tão estranho, que o Guarani - que retornou da pandemia praticamente classificado - não passou da primeira fase. O mundo dá voltas rapidamente, mas em Campinas ele capota, como dizem!
Não duvidem, portanto, de uma final entre Mirassol e Ponte Preta. Nem riam. Estamos no momento do improvável. Os cegos e soberbos não querem ver. A culpa não é dos técnicos.
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