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Pantoja presenteou os fãs no UFC Rio com sua maior assinatura no octógono

A vitória de Alexandre Pantoja neste final de semana representa um marco em sua carreira. Após competir em eventos internacionais por uma década, o atleta finalmente pôde se apresentar pela primeira vez no octógono do UFC na cidade do Rio de Janeiro. E o triunfo diante do desafiante Steve Erceg não apenas garantiu a manutenção do cinturão dos moscas.

Ao fazer sua estreia como luta principal no evento, Pantoja adicionou números importantes ao seu legado. Ao todo, o atleta soma 12 triunfos como peso-mosca (57 kg), a segunda maior marca da divisão. Atualmente com seis vitórias por nocaute ou finalização, ele também detém a segunda posição nesta marca histórica - em ambas, ele fica atrás apenas do ex-campeão Demetrious Johnson.

Portanto, não é exagero apontar Pantoja como o segundo melhor atleta da história nesta categoria, atrás apenas do próprio Demetrious Johnson - um feito e tanto para o lutador de 34 anos, que acaba de defender com êxito seu título pela segunda vez. E isso consolida a forma sólida com que ele escreve o seu legado.

Neste sábado, os fãs que compareceram ao ginásio no Rio de Janeiro puderam ver o melhor de Pantoja. Atleta completo e experiente, ele é habilidoso tanto em pé quanto no chão, além de ser forte e rápido. Apesar disso, muito possivelmente, ele não é o maior, nem tampouco o mais forte ou rápido da categoria. Arrisco a dizer, no entanto, que não há rival para ele quando o assunto é coração.

Essa habilidade de encontrar energia quando se está cansado, ou de buscar vontade quando o corpo já pede por descanso, pouco pode ser trabalhada na academia. Nos treinos, o lutador lapida todas as suas habilidades técnicas, mas é nas "águas profundas" que o atleta consegue provar quem quer mais. E hoje, assim como em toda sua trajetória no UFC, ninguém quis mais do que Alexandre Pantoja.

É até curioso analisar desta forma, mas quanto mais a luta fica longa, sangrenta e cansativa, maior é a chance de vitória do atual campeão. No auge de sua capacidade física e técnica, e agora com experiência de sobra em disputas de cinco assaltos no UFC, já são três ao todo, o campeão é um quebra-cabeças difícil de ser desvendado.

Verdade seja dita, o desafiante Steve Erceg entregou o desafio que lhe foi pedido. Habilidoso em pé, o australiano balançou o campeão com uma cotovelada que abriu um grande corte em sua testa. Com grande valência na luta agarrada, o desafiante equilibrou as ações e se defendeu com maestria das temidas tentativas de pegada de costas de Pantoja.

No quinto assalto, quando dois dos jurados enxergavam a disputa empatada, Pantoja pressionou a ponto de fazer o jovem rival errar. Ao entrar em queda, Erceg foi rapidamente dominado no solo, e a cada tentativa de reverter a posição, o brasileiro já apresentava uma resposta automática. Naquele ponto, como eu disse, ninguém seria capaz de querer mais do que o campeão.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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