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Gabriel Vaquer

REPORTAGEM

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Por que Disney e Facebook não entraram no leilão da Champions League

Mbappé celebra seu gol de pênalti contra o Barcelona pela Liga dos Campeões - Reprodução/Twitter PSG
Mbappé celebra seu gol de pênalti contra o Barcelona pela Liga dos Campeões Imagem: Reprodução/Twitter PSG

11/03/2021 04h00

A vitória da TNT Sports (em TV paga e streaming) e SBT (TV aberta) no leilão da Liga dos Campeões da UEFA pelas próximas três temporadas (de 2021/2022 a 2023/2024) passa muito bem pela falta de concorrentes. O Grupo Globo foi o único rival a emitir uma proposta, para TVs aberta e fechada (com o SporTV). Mesmo interessados, Facebook e Disney decidiram sair da concorrência.

A coluna apurou que a Disney recebeu informações que a TNT Sports faria uma proposta astronômica. Ao fazer a conta, percebeu que não poderia bater a concorrente com o que pretendia oferecer. A limitação financeira também passa pela fusão entre os canais ESPN e Fox Sports, que acontece desde o ano passado.

Quando assumiu o canal esportivo concorrente após o Cade aprovar a compra da Fox no Brasil, a Disney identificou um prejuízo financeiro de mais de R$ 100 milhões. Isso é determinante para decidir os tetos das ofertas para transmitir qualquer competição. Internamente, a esperança da empresa é avançar na compra dos direitos do Campeonato Italiano e da Copa Libertadores —as disputas pelos direitos a partir da edição 2023 dos dois torneios será realizada no ano que vem.

Curiosamente, a Disney colocava em seu planejamento de 2021 retomar a Champions League. Não conseguiu. O outro evento-alvo é o Italiano, que depende de negociações. A liga italiana fez um segundo round de propostas fechado ontem (10) para vender os direitos internacionais para todo o mundo, incluindo o Brasil. A decisão deve sair ainda em março.

Facebook: nova diretriz

No caso do Facebook, apesar da ótima audiência obtida com a Champions League, dois fatores pesaram para deixar a concorrência. O primeiro é o preço. Mesmo sendo a maior rede social do mundo, o valor obtido com receitas não pagou o investimento no direito de transmissão do evento.

O segundo é um motivo local: a empresa percebeu que principalmente no Brasil o público não aceitou seu modelo de exibição, mesmo aprovando o modelo de engajamento. A ideia é investir nisso para trazer marcas que possam anunciar na rede social.

Foi nessa linha que um de seus executivos anunciou a saída do Facebook como um player importante do mercado de direito de transmissão de eventos esportivos na semana passada, como trouxe o blog em primeira mão. Além da Champions, o Facebook vai cumprir seu contrato com a Libertadores até o fim de 2022 e não o renovará.

O anúncio oficial da renovação da TNT Sports e da chegada do SBT deve ser feito neste mês. Os contratos passam a valer a partir de agosto, quando começa a edição 2021/2022 da Champions League.