Uma vitória do PSG, cada vez mais de Neymar, para encher Tite de esperanças
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O Manchester United pode e deve lamentar muito as chances claras desperdiçadas de Martial e Cavani, uma em cada tempo do jogo decisivo pela fase de grupos da Liga dos Campeões no Old Trafford. Também tem o direito de protestar contra a mais que questionável expulsão de Fred na segunda etapa. Não pareceu falta para um segundo cartão amarelo.
É legítimo até dizer que a vitória do Paris Saint-Germain por 3 a 1 foi "mentirosa", uma combinação de fatalidades para os Red Devils. Apesar das estatísticas favoráveis a favor da equipe francesa: 13 finalizações a 11, seis a cinco no alvo. Também posse de 56% e 88% de efetividade nos passes.
Mas o recorte mais interessante foi a atuação de Neymar. Não só pelos dois gols e o poder de decisão em um jogo grande. Mas principalmente pela maturidade em campo, liderando o PSG e não transformando as rusgas com o meio-campista McTominay ao longo da partida em punições para o jogador e equipe. Focado só no futebol, o camisa dez desequilibra.
Inicialmente pela esquerda, com Moise Kean no centro, Mbappé à direita e Di María começando no banco. Mas foi pelo setor direito que o camisa dez decidiu: Por ali recebeu de Mbappé e marcou aos seis minutos, retrato do domínio inicial do time francês. No final, mais solto, roubou a bola também pela direita, arrancou por dentro e, na transição ofensiva em alta velocidade, recebeu a assistência de Rafinha para resolver o jogo.
O irmão de Thiago Alcântara também entrou bem, entregando mobilidade e técnica a um meio-campo menos engessado com Verratti articulando. E novamente mais seguro quando Danilo recuou para a zaga, mesmo com este desviando o chute de Rashford no gol do United e sofrendo com a mobilidade de Bruno Fernandes nos momentos de domínio da equipe inglesa.
Mas Marquinhos novamente foi o pilar na retaguarda de Thomas Tuchel. Seguro, tranquilo e mais uma vez com presença marcante na área adversária para marcar gol fundamental, o dos 2 a 1. Outro brasileiro que consolida posição como destaque no futebol europeu.
Acima de todos, Neymar. Que chutou três vezes ao gol, acertou 88% dos passes, finalizou três vezes, todas no alvo e duas nas redes. Acertou cinco dos nove dribles que tentou. E ainda poderia ter feito mais um gol, não fosse o egoísmo de Mbappé em um contragolpe pela esquerda. Chute cruzado para fora, com Neymar livre. Rafinha foi mais solidário.
Uma vitória do PSG para encaminhar a vaga no mata-mata da Champions. Podendo terminar na liderança de um grupo complicado. Como efeito colateral, a crescente dependência de Neymar que pode cobrar mais à frente em um contexto mais complicado.
Mas foi também um triunfo para encher Tite de esperanças. Com brasileiros talentosos e "cascudos" em momentos difíceis, a seleção pode dar o salto de dominante na América do Sul para um concorrente mais forte ao título mundial em 2022, no Catar.
Com o tão aguardado protagonismo de Neymar, que sobrou em Manchester.
(Estatísticas: UEFA e SofaScore)
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